O treinador do FC Porto voltou a recusar o estatuto de favorito na final da Liga Europa de futebol frente ao Sporting de Braga, diante de uma plateia de jornalistas de praticamente todos os cantos do Mundo.
“O favoritismo é algo que não interessa nada”, disse André Villas-Boas logo na primeira questão, recordando que “o Sporting de Braga eliminou todos os grandes adversários que encontrou pela frente”.
Numa muito concorrida conferência de imprensa, o treinador portista falou aos jornalistas pela última vez antes da final de quarta-feira na Dublin Arena, revelando boa disposição e um misto de confiança e cautela na abordagem ao encontro, marcado para as 19:45.
André Villas-Boas sublinhou que a final colocará frente a frente dois conjuntos “com identidade muito forte, pelo que será decisivo entrar com ambição e com o desejo de vitória''.
À insistência da “plateia” em comparar os dois finalistas, o treinador portista respondeu: “Nas finais há nuances e detalhes estratégicos que podem ou não ser decisivos, mas também podem não importar, pelo que acho que nenhuma das duas equipas irá mudar”.
Villas-Boas respondeu ainda à curiosidade de um jornalista japonês a propósito da evolução de Hulk: “Esteve no Japão muito cedo e terá sentido por isso algumas dificuldades. Mas, num ambiente europeu, encontrando mais jogadores do seu país, integrou-se num novo estilo de jogar, mas foi com o seu talento que cresceu como jogador”.
Entre as referências a Bobby Robson e a José Mourinho, trazidas à conversa pelos profissionais de comunicação britânicos presentes, o técnico dos “dragões” resumiu parte do seu trajeto profissional, mas rechaçou sempre as perguntas a propósito do interesse de grandes clubes europeus.
Voltando a abordar a final com os minhotos, o técnico referiu-se à “capacidade de organização defensiva da equipa, e isso traduziu-se no número de jogos sem sofrer golos”.
À insistência da imprensa internacional em caraterizar os seus métodos de trabalho, Villas-Boas respondeu: “O futebol, e o desporto em geral, são momentos de transcendência e de motivação. Obviamente que a organização é determinante, mas no futebol chega-se ao sucesso das mais variadas formas”.
“Gosto de potenciar o talento dos jogadores, dou-lhes muita liberdade de escolha em treino e jogo, porque isso potencia o seu próprio talento, algo que é política desta equipa técnica”, afirmou a propósito o treinador.
A concluir, deu expressão à importância e crescimento do futebol nacional, patente numa final europeia entre duas equipas portuguesas: “Temos imensos talentos no nosso campeonato, com jogadores que entendem as opções disciplinares e muito”.