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Brasil: Portuguesa de Desportos pondera mudar nome para ganhar adeptos

A Portuguesa de Desportos, campeã da série B do campeonato brasileiro de futebol, enfrenta agora o desafio de ganhar adeptos, nem que para isso precise mudar de nome e se afastar da comunidade lusa de São Paulo.

Brasil: Portuguesa de Desportos pondera mudar nome para ganhar adeptos

O título da segunda divisão foi conquistado a sete jornadas do final da prova, após uma campanha excecional, que valeu à equipa a alcunha de ''Barcelusa''.

O futebol refinado, que há muitos anos não era visto no estádio do Canindé, fez com que, nos últimos quatro jogos para o campeonato, a Portuguesa atraísse um total de 35 mil espetadores. Em épocas passadas, a média de público ficava entre 1.500 e 1.800.

''Com a boa campanha, muita gente saiu do armário. Os meninos, hoje, põem a camisola da Portuguesa e vão para a escola. Antes, tinham vergonha, porque a equipa nunca ganhava'', afirmou o presidente da Associação Portuguesa de Desportos, Manuel da Conceição Ferreira, o ''Manuel da Lupa''.

Hoje, a Portuguesa detém cerca de 600 mil adeptos no Brasil. A maioria dos ainda tem identificação com a comunidade que dá nome ao clube - o próprio “Manuel da Lupa” nasceu em Portugal.

O dirigente lembra que, no passado, a Lusa tinha uma claque maior do que a do São Paulo – atualmente a terceira maior do país. Mas, nos últimos anos, a redução no fluxo migratório fez diminuir a população de portugueses no Brasil.

Para piorar, a ausência de títulos afastou a juventude luso-descendente. ''Muitos filhos de portugueses tornaram-se corintianos e são-paulinos'', lamentou o presidente.

Manter a boa campanha no relvado é fundamental para que o clube reverta a perda de apoiantes, mas a Portuguesa também tem projetos específicos para a conquista de novos fãs. Levando, por exemplo, crianças pobres a assistir aos seus jogos no Canindé.

Uma parte da direção do clube, porém, defende uma saída polémica para tornar o clube mais atrativo: mudar de nome, afastando a ligação direta entre a equipa e a comunidade lusa em São Paulo.

''Em outras épocas, eu seria totalmente contrário. Hoje fico em cima da mureta'', admitiu “Manuel da Lupa”, que foi convencido pelo tempo de que a identificação dificulta o trabalho de atrair novos adeptos.

O presidente da Portuguesa de Desportos exemplifica com o caso do “Verdão”: “O Palmeiras, se ainda se chamasse Palestra Itália, não teria os adeptos que tem''.

“Manuel da Lupa” cita também o exemplo do Vasco da Gama, cujo nome não deixa tão explícita sua ligação com a comunidade lusa do Rio de Janeiro.

Ironicamente, a maior oposição a essa alternativa radical é dos associados mais jovens do clube.

''Os diretores mais velhos, que passaram por todas as turbulências, hoje são favoráveis'', salientou.

A discussão sobre o nome é antiga, mas o tema voltou à atualidade uma vez que, para o responsável, seria mais fácil rebatizar o clube durante uma fase positiva.

A proposta, porém, é tabu e ainda altera os ânimos no Canindé. ''Uma vez me perguntaram por que eu não troco o nome da minha mãe'', lembra o presidente.

Outro fator que pesa para que tudo fique como está é a falta de uma opção melhor. Entre os nomes já sugeridos estão ''Aguanautas'', ''Real Paulista'', ''Bandeirantes'', ''Água Branca'' e ''Estrela Branca''.

Enquanto dura o impasse pela manutenção, ou não, da homenagem às suas raízes, a Portuguesa vislumbra um 2012 favorável, com aumento dos patrocinadores e maior visibilidade devido ao regresso à primeira divisão.

É a oportunidade de o clube reafirmar a boa fase e voltar a ser grande.

''Só mudar o nome não resolveria. Quem não é ganhador não consegue nada'', rematou o dirigente.

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