O português José Mourinho, treinador do Real Madrid, advertiu hoje que quem trabalha como o avançado Cristiano Ronaldo “não precisa de marcar golos”, em véspera do jogo com o rival FC Barcelona, da Taça do Rei em futebol.
Mourinho saiu em defesa do avançado internacional português na conferência de imprensa de antevisão do confronto com o rival catalão, da primeira mão dos quartos de final da competição, depois das críticas lançadas a Ronaldo pela exibição pouco inspirada na sofrida vitória por 2-1 em Maiorca, no sábado, para o campeonato espanhol.
“Foi o jogo em que fiquei mais orgulhoso dele, porque é um jogador acostumado a ser o fenómeno, que assume a pressão de fazer a diferença. Com o Maiorca não jogou bem, mas trabalhou como um animal e na segunda parte fez o que a equipa precisava, recuperando a bola”, observou o técnico português.
Mourinho lembrou que Ronaldo foi “decisivo” para a conquista da Taça do Rei na época passada, ao marcar o golo que valeu ao treinador português o único título no comando do clube da capital espanhola, revelando que felicitou Ronaldo no fim do encontro.
“Foi o dia em que disse: fantástico, a equipa é o mais importante. Disse-lhe que ninguém o tocará se trabalhar como o fez durante a segunda parte. Se alguns de vocês [jornalistas] lhes quiserem tocar teremos um problema, porque quem trabalha assim não precisa de marcar golos”, advertiu.
Mourinho lamentou por antecipação que qualquer decisão a respeito do “onze” titular possa ser alvo de crítica: “Se jogar Ramos a lateral criticam-me porque é central fenomenal, se jogar Fábio Coentrão criticam-me porque um esquerdino não pode jogar no lado direito, se jogar Lass Diarra criticam-me porque falta Khedira no meio campo e se aí jogar Pepe também me criticam”.
O treinador lembrou que apesar de defender o título, a Taça do Rei “é o terceiro objetivo” e que o campeonato “é prioritário”, mas assinalou que na quarta-feira, frente ao maior rival do Real Madrid, “o que não é prioritário passará a sê-lo”.
Mourinho anunciou também que Di María fará parte da lista de convocados, apesar de admitir que o avançado argentino “não está tão bem quanto esperava”, em consequência de uma lesão muscular.
Sobre a situação do internacional português Ricardo Carvalho, que não joga há mais de dois meses, Mourinho disse que “é possível e necessário que reapareça em janeiro”, porque há muitos jogadores perto da suspensão, com três e quatro cartões amarelos. “Quando a equipa necessitar dele, estará preparado para dar a resposta”, acrescentou.