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Futebol Feminino: Mónica Jorge quer os «três grandes» no campeonato

A nova diretora para o futebol feminino da Federação Portuguesa de Futebol, Mónica Jorge, contou à Agência Lusa o desejo de ver os ''três grandes'' a participar no campeonato nacional e revelou que já houve ''contatos nesse sentido''.

Futebol Feminino: Mónica Jorge quer os «três grandes» no campeonato

''Há uma proximidade, já estivemos bem mais longe dos três grandes. As conversas estão a acontecer e vamos ver o que acontece. Poder ser que brevemente haja boas notícias'', afirmou Mónica Jorge.

A ex-selecionadora nacional defendeu que a inclusão de clubes como Benfica, Sporting e FC Porto no campeonato luso irá trazer uma ''maior credibilidade e seriedade'' à competição e também teria um contributo importante no aumento do número de praticantes.

''Há um maior interesse para a prática no feminino e os clubes estão a perceber que podem tirar vantagem disso. Começam a ver que também pode trazer vantagens financeiras'', referiu Mónica Jorge.

''Agora [os grandes clubes] já nos recebem e ouvem, antigamente nem isso faziam'', lembrou

A dirigente da FPF lembrou o exemplo do futsal e as mudanças que essa modalidade sofreu após a introdução de Benfica e Sporting na primeira divisão.

''Assim que os grandes entraram, o campeonato teve imediatamente uma dinâmica muito maior'', recordou a ex-treinadora.

No cargo de diretora do futebol feminino da FPF desde o início do ano, Mónica Jorge quer envolver clubes, associações e escolas ''num plano de desenvolvimento'' e apostar no aumento do número de praticantes.

Segundo dados do organismo, existem pouco mais de 1.500 jogadoras, enquanto em Espanha, por exemplo, esse número já ascende aos 5.000.

''Queremos também criar uma taça de nacional de juniores e criar uma seleção de sub-17, já que neste momento só existe a de sub-19'', disse.

Para se tornar na primeira mulher a integrar a direção da FPF, Mónica Jorge teve que trocar os relvados e os treinos pelo gabinete e por um trabalho de secretária, uma decisão que ''não foi fácil de tomar''.

''É um cargo muito importante para nós no futebol feminino. É a primeira vez que há uma mulher na direção para defender o nosso espaço e era quase impossível dizer não'', explicou a dirigente, de 33 anos.

Contudo, quando a chega a altura da seleção entrar em campo, Mónica Jorge admitiu que tem ainda a vontade de falar e apoiar as jogadoras, tal como fazia nos quatro anos que esteve à frente da equipa.

''Vou ter que gerir o meu lado emocional e de ansiedade durante o jogo. Custa um bocadinho. São jogadoras que já acompanho há muito tempo e sabem que têm o meu apoio, mas agora já não decido quem joga e quem não joga. Já não sou eu a má da fita'', brincou.

A avançada Carla Couto, a mais internacional do futebol nacional, com 138 presenças na seleção principal, confessou à Lusa que as jogadoras sentiram bastante a saída de Mónica Jorge, mas o ''futebol é assim''.

''Sentimos um bocado a saída dela. Criámos laços fortes e união no grupo, mas é o futebol. Ando aqui há 19 anos e já passei por muito'', contou a jogadora da Lazio.

Mónica Jorge está no Algarve a acompanhar a participação lusa na 19.ª edição do Mundialito, em que Portugal é agora comandado por António Violante.

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