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Benfica-FC Porto: E os encarnados (quase) deram banho… de comunicação

As grandes partidas de futebol costumam ser constituídas por três partes distintas: o pré, o durante e o pós-jogo. A mais importante é sempre a do meio, mas as outras duas podem ser decisivas para condicionar ou potenciar o que acontece dentro das quatro linhas. No último domingo, o FC Porto saiu do Estádio da Luz com a cabeça levantada no que toca ao resultado, mas muito pequenino em termos de atitude e comunicação. Não fosse um enorme complexo de inferioridade da estrutura benfiquista e estaria dado um banho de... comunicação.

Benfica-FC Porto: E os encarnados (quase) deram banho… de comunicação

O pré-jogo começou a incendiar os ânimos. Logo à partida, uma picardia dominou as habituais conferências de imprensa de antevisão. Vítor Pereira relembrou que o FC Porto chega sempre melhor ao Clássico (o que é verdade no passado recente), que não conhece o adversário do Benfica na Liga dos Campeões e deixou claro que estaria atento aos bloqueios nos lances de bola parada dos encarnados. Objetivo: pressão em toda a linha. Ao árbitro João Ferreira, a Jorge Jesus e ao plantel das águias.

Por seu turno, o treinador adversário tropeçou quando relembrou um 12-2 de 1943 (e, desde aí, não houve Benfica?), mas esteve bem ao recordar que, apesar de a sua equipa estar fora da Liga dos Campeões, mantém-se em todas as frentes possíveis (Liga Zon Sagres, Taça da Liga, Taça de Portugal e Liga Europa). Tudo dentro da normalidade. Picardias habituais, comentários mais ou menos controlados, ambiente morno.

O pior veio depois do encontro. Com um 2-2 no bolso, Vítor Pereira e Pinto da Costa apresentaram-se com uma postura propositadamente agressiva contra os jogadores do Benfica, contra o árbitro do encontro e contra a Liga de Clubes. Logo na flash interview, o treinador azul e branco salientou que João Ferreira poupou dois cartões vermelhos ao adversário e que Maxi Pereira agrediu, por diversas ocasiões, atletas do FC Porto. A toada continuou na conferência de imprensa e Pinto da Costa surgiu noutra frente. O presidente dos bicampeões nacionais não perdoou um erro crasso no sítio oficial da Liga Zon Sagres (o Benfica foi anunciado vencedor do encontro, 3-2) e sugeriu que essa seria a verdadeira vontade da Liga de Clubes.

Pelo meio, Luís Filipe Vieira recusou entrar na discussão. Às críticas de Pinto da Costa e Vítor Pereira, o presidente do Benfica respondeu da seguinte forma. «Foi um jogo entre duas grandes equipas, um grande jogo, um grande espetáculo. Existe frustração no nosso balneário porque queríamos a vitória. Ouvi recentemente dizer que só os burros falam de arbitragem». Curto, claro e sem mais delongas. Não havia mais nada a acrescentar. Desta vez o Benfica foi beneficiado, noutras ocasiões prejudicado. Assim é o futebol.

O que não entendo é a necessidade que o FC Porto está a mostrar em prolongar o desaguisado. Lucho Gonzalez questionou a ausência de Pedro Proença no Clássico, pois seria adequado estar presente o melhor árbitro do Mundo no jogo mais importante da Liga Zon Sagres. E quinta-feira, no dia em que Vítor Pereira admitiu ter reagido além do que pretendia no final da partida com o Benfica, foi colocado no Facebook oficial do FC Porto um vídeo com o título: «Benfica-FC Porto, o fair-play é mesmo uma treta». Uma clara alusão à famosa frase de Jorge Jesus, «o fair-play é uma treta».

Quando me preparava para elogiar a estratégia e a postura do Benfica antes, durante e após o Clássico, eis que fica o caldo entornado. Os encarnados publicaram também um vídeo na sua página oficial do Facebook, com exatamente o mesmo título do que havia sido colocado pelo FC Porto no dia anterior. E os encarnados (quase) deram banho… de comunicação. Ficou muito, muito a desejar. De ambas as partes!

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