CAN 2013: Vinha diz que depois do Gana «o céu é o limite»

“Estou muito satisfeito, tenho visto os jogos e a verdade é que Cabo Verde tem feito uma boa participação e eu, como todos os cabo-verdianos, estou satisfeito e feliz com a prestação. É um feito inédito, é a primeira vez que estamos na CAN2013 e consegue estar nos quartos de final”, afirmou Vinha, em declarações à agência Lusa.

Aos 46 anos, Alves Fortes, que ficou conhecido no futebol como Vinha, trocou definitivamente a grande área dos relvados por outra, a “sua”, a Engenharia Civil, na qual procura uma solução para a sua nova vida, assinalando a evolução do futebol cabo-verdiano.

“Eu acho que mudou muita coisa. No meu tempo de jogador, os campeonatos em Cabo Verde eram poucos exigentes. A evolução tem sido grande, hoje em dia há muito mais jogadores a atuar fora do país como profissionais, no meu tempo éramos poucos em Portugal. Hoje jogam em vários campeonatos da Europa”, disse.

Vinha assinala ainda a “evolução” nos campeonatos dos escalões de formação em Cabo Verde.

“Isso reflete-se na participação que tem tido, naquele tempo Cabo Verde também participava pouco nas eliminatórias para a CAN, era mais a Taça Amílcar Cabral, que disputávamos na África Ocidental, e sendo assim considero que houve uma grande evolução e Cabo Verde está de parabéns, porque tem sido feito um trabalho bastante proveitoso”, reconheceu.

Como ponta de lança, Vinha destacou-se no Salgueiros e chegou ao FC Porto, em 1993/94. Num dos seus primeiros jogos no antigo Estádio das Antas de “azul e branco”, Vinha levou a decisão de uma Supertaça Cândido de Oliveira para a finalíssima, depois de ter marcado o único golo dos “dragões”, aos 84 minutos, da segunda mão da final frente ao Benfica.

Poucos dias depois, Vinha voltaria a marcar aos “encarnados”, no primeiro jogo do campeonato, novamente nas Antas. No final da época, ainda juntou ao currículo a conquista da Taça de Portugal.

Antes, Vinha jogou ao lado do atual timoneiro dos “Tubarões Azuis”, Lúcio Antunes, na seleção de juniores de basquetebol, numa competição disputada no Mali.

“É uma pessoa muito competente e que tem feito um trabalho excelente na seleção de Cabo Verde. Acho que já é um bocado um herói nacional, mas penso que tem condições para continuar a fazer um trabalho de evolução”, frisou.

Mesmo nos arredores do Porto, Vinha vai estar atento à transmissão televisiva do jogo entre Cabo Verde e Gana, dos quartos de final, marcado para sábado, a partir das 17:00 locais (15:00 em Lisboa), no Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, na África do Sul.

“É claro que vou ver o jogo com muita atenção, o Gana é uma equipa difícil, uma das equipas com maior historial em África e das mais fortes. Mas, num jogo tudo é possível, penso que Cabo Verde tem condições para poder passar e, se isso acontecer, obviamente que a festa está garantida”, assegurou Vinha, admitindo que “confiança” de eliminar o Gana pode “empurrar” os cabo-verdianos para a final, porque “depois só o céu é o limite”.