Nuno Samarra: «Procurarei chegar à liga principal do nosso país»

Hoje, no Oriental, parece ter reencontrado o caminho continuado do sucesso e é o melhor marcador das três séries da II Divisão B, com 11 golos. Joga a médio-ofensivo, mas não perde uma oportunidade para aparecer na zona de finalização da equipa mais concretizadora da Zona Sul. Ainda haverá tempo para chegar à ribalta? Samarra acredita que sim e, a vontade e dedicação, já são meio caminho andado.

«A passagem pelo FC Porto foi uma altura brilhante, que recordo com bastante carinho, pelos amigos que se mantiveram e pelo que me permitiu crescer pessoal e desportivamente. A realidade é que ao terceiro treino tive uma lesão que me obrigou a estar parado cinco meses e atrasou a minha integração na equipa, apesar de ter terminado o ano como titular indiscutível. Durante o segundo ano tive uma conversa com o treinador, o professor José Guilherme, e demonstrei-lhe o meu desagrado pela utilização irregular. Posto isto, decidimos que iríamos seguir caminhos diferentes. No entanto, nunca houve nada que, tanto o FC Porto como eu, pudéssemos apontar de negativo. E isso é muito importante», começou por recordar ao Futebol 365, mostrando viver agora a melhor fase da sua carreira.

«A temporada que me marcará mais terá que ser esta. Tem sido uma época de constantes testes à minha capacidade de auto motivação e superação. Tenho sido capaz de reagir favoravelmente, o que me orgulha bastante. É claro que as épocas nas camadas jovens foram realmente marcantes e me permitiram presenciar futebol de alto rendimento, mas agora quero lá estar e viver de forma ativa. Entretanto, fui procurando aprimorar a minha instrução e encontro-me no terceiro ano da Licenciatura em Educação Física e Desporto», partilhou, mostrando ambição em atingir outros horizontes em termos futebolísticos.

«A curto prazo pretendo chegar à Liga Zon Sagres e cimentar a minha posição nesse escalão. Quando terminar a minha carreira, já com a licenciatura concluída, o objetivo passará por me manter no futebol, mas como treinador», delineou, ambicioso.

«O objetivo do Oriental passa por atingir os três primeiros lugares do campeonato»

Na sexta posição da II Divisão B, Zona Sul, o Oriental dista 14 pontos do líder Mafra. Com o melhor ataque da prova (44 golos) e três jogadores entre o top-5 dos artilheiros, o conjunto liderado por João Barbosa parece ter mais dificuldades em termos defensivos. No entanto, Samarra olha para o que dizem os números mais cuidadosamente.

«O problema não reside na defesa. Os golos sofridos, tal como os marcados, são um problema do coletivo, não de sectores ou indivíduos. No entanto, a nossa eficiência no setor ofensivo tem sido bastante superior do que no defensivo. A realidade é essa», analisou, apontando a um lugar no top-3 da série e não na subida à Segunda Liga.

«Tendo em conta o número de pontos em disputa, temos consciência da dificuldade e complexidade desse objetivo. Na mesma medida que sabemos que ficar em 2.º ou 3.º lugar não é o mesmo que em 6.º ou 7.º. Neste momento, o objetivo passa por atingir um dos três lugares cimeiros do campeonato», explicou ao Futebol 365, vincando que o motivo da eficácia ofensiva do Oriental reside no coletivo.

«Não existe um segredo, existe um coletivo forte que proporciona a finalização aos atletas que jogam mais avançados no terreno ou que aparecem mais frequentemente em zonas próximas da baliza adversária. O nosso modelo de jogo baseia-se na posse de bola e procuramos solucionar da melhor forma todos os entraves. Eu, como outros, consigo aproveitar o que é criado pelos meus colegas, desde que o guarda-redes inicia uma jogada. As individualidades aparecem na sequência de um trabalho coletivo», rematou.