LE/Final: «Águia» fez tremer o campeão europeu há um ano

A final da Liga Europa, que tem lugar quarta-feira, em Amesterdão, vai proporcionar novo encontro entre lisboetas e londrinos, numa espécie de reedição do duelo europeu de 2011/12, quando os dois conjuntos se cruzaram na principal prova europeia de clubes, que o Chelsea viria a conquistar.

Após terem superado a fase de grupos e os oitavos de final, Benfica e Chelsea viram o sorteio ditar um inédito confronto, que teve desde logo como aliciante o reencontro das ''águias'' com os brasileiros David Luiz e Ramires, peças fulcrais na conquista do título nacional de 2009/10, e com o ex-portista Raul Meireles.

Os ''blues'', então orientados pelo italiano Di Matteo, que semanas antes tinha substituído o português André Villas-Boas, já só tinham a competição europeia como objetivo, enquanto os ''encarnados'' estavam em plena disputa pelo campeonato nacional, numa situação em tudo idêntica à atual.

A 27 de março do ano passado, o Estádio da Luz era o palco da primeira mão, na qual a eficácia inglesa se sobrepôs ao maior domínio do Benfica, que acabou derrotado (0-1) pelo tento solitário do marfinense Salomon Kalou, aos 75 minutos.

No entanto, a história do encontro ficou marcada por uma clara grande penalidade não assinalada a favor das ''águias'', numa altura em que o “nulo” ainda imperava. O ''capitão'' do Chelsea, John Terry, travou com a mão um cruzamento de Maxi Pereira, dentro da área, mas a equipa de arbitragem, liderada pelo italiano Paolo Tagliavento, nada assinalou.

Além da desvantagem na eliminatória, o Benfica deslocou-se a Stamford Bridge, uma semana depois, sem qualquer dos quatro centrais do plantel disponíveis, em virtude das lesões em simultâneo de Luisão, Garay, Jardel e Miguel Vitor.

Jorge Jesus foi obrigado a improvisar, adaptando o lateral esquerdo Emerson e o médio Javi Garcia, sendo que, logo aos 20 minutos, o espanhol viria a cometer a grande penalidade que deu origem ao primeiro golo do jogo, apontado por Frank Lampard.

No entanto, os contratempos não largaram o Benfica e, ainda antes do intervalo, Maxi Pereira viu o segundo cartão amarelo e deixou os ''encarnados'' reduzidos a 10 elementos durante 50 minutos.

Ainda assim, a resposta benfiquista surgiu na etapa complementar, quando Javi Garcia se redimiu do penálti cometido e fez ''tremer'' os adeptos ''blues'', a cinco minutos do apito final, num cabeceamento que relançava a eliminatória.

Um golo bastava para que o Benfica carimbasse a passagem às ''meias'' e o jovem Nélson Oliveira até esteve perto de conquistar a ''felicidade'', mas seria outro internacional português, Raul Meireles, a selar o apuramento londrino, já nos descontos.

Quatro dias após a eliminação, o Benfica viria a perder com o Sporting e praticamente dizia adeus ao título nacional, enquanto o Chelsea manter-se-ia firme no trajeto europeu, conquistando a primeira Liga dos Campeões da sua história e cumprindo o maior desejo do seu proprietário, Roman Abramovich.