Liga Zon Sagres: Como se estão a reforçar Benfica e FC Porto

A começar pelo banco, mudança no Dragão e manutenção na Luz. Por mais estranho que possa parecer, o treinador que terminou a época 2012-13 de bolsos vazios em títulos é que renovou por duas temporadas. Jorge Jesus tentará finalmente ganhar nos momentos decisivos. Este ano, falhou na penúltima jornada da Liga Zon Sagres, na final da Liga Europa e na final da Taça de Portugal. A saída esteve perto de ser uma realidade e, com certeza, a margem de manobra perante os adeptos será muito menor daqui para a frente. A permanência de Jorge Jesus é uma prova de confiança inédita em Portugal, contudo um enorme risco para Luís Filipe Vieira.

No FC Porto, Pinto da Costa optou por outro tipo de estratégia. Despediu um treinador ganhador (bicampeão nacional) e com apenas uma derrota nas duas últimas temporadas, no campeonato. Vítor Pereira seguiu para o Al-Ahli Jeddah, da Arábia Saudita, dando o seu lugar a Paulo Fonseca, responsável pelo histórico terceiro lugar do Paços de Ferreira na Liga Zon Sagres. Uma aposta na linha do que tem sido feito no passado recente: treinador jovem, com enorme margem de progressão e espírito de vitória.

Aqui, ambas as decisões podem ter vantagens e desvantagens. Se Jorge Jesus terá a vantagem de conhecer os cantos à casa e treinar o Benfica pela quinta época consecutiva, não terá a mesma paciência da estrutura e dos adeptos encarnados na possibilidade de mais uma temporada falhada. Paulo Fonseca terá a sua primeira experiência num ‘grande’ e substituiu um treinador que, apesar de não agradar a ‘Gregos e Troianos’, cumpriu, ao arrecadar dois campeonatos em dois anos.

Quanto ao mercado observado até ao momento, o FC Porto tem apostado na prata da casa nacional e o Benfica em jogadores de nacionalidade sérvia. Com um ponto em comum: o Brasil está a deixar de ser prioridade. Só os dragões se reforçaram com um brasileiro: Carlos Eduardo, mas contratado ao Estoril-Praia. A prioridade dos azuis e brancos tem sido o mercado luso, a juventude e a margem de progressão. Ricardo Pereira e Tiago Rodrigues (Vitória de Guimarães), Carlos Eduardo e Licá (Estoril-Praia) e Josué (Paços de Ferreira). Ricardo Tavares (Sporting) deverá chegar para a equipa B. Diego Reyes (America) veio do México e o mesmo deverá acontecer brevemente com Hector Herrera (Pachuca).

Quanto ao Benfica, a Sérvia parece ter ganho um significado diferente depois do sucesso que foi a compra de Nemanja Matic. O seu irmão Uros Matic foi capturado ao Kosice, Lazar Markovic chegou do Partizan, Stefan Mitrovic do Kortrijk, Miralem Sulejmani do Ajax e Filip Djuricic dos holandeses do Heerenveen. A única cara nova da América do Sul chama-se Jorge Rojas e chegou dos paraguaios do Cerro Porteño.

Neste contexto, muitas caras novas. O FC Porto tem sofrido mais mudanças: além da saída de Vítor Pereira, os dragões ficaram sem João Moutinho e James Rodriguez (ambos transferidos para o Mónaco), podendo ainda perder Fernando, que já admitiu a sua vontade de experimentar novos desafios. O Benfica está a apostar forte em novos reforços e poderá perder nomes como Garay e Gaitán, além de Pablo Aimar, que já se despediu. Nos dois casos, será uma época de reconstrução: o FC Porto terá que alicerçar um novo onze, o Benfica precisa de uma nova filosofia e conquistas.

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