FC Porto cede empate no Estoril, com queixas de penalti inexistente

Os campeões nacionais podem-se queixar-se de um penálti inexistente, de que resultou o primeiro golo do Estoril, mas também têm de se queixar de si próprios, pelo facto de só na segunda parte terem mostrado vontade de ganhar.

Esse lance capital ocorreu aos 34 minutos, quando o árbitro assinalou o castigo máximo por uma mão na bola de Otamendi, à entrada da área portista, quando o mesmo devia ter originado um livre direto a favor dos estorilistas.

Nessa altura já o FC Porto estava em vantagem no marcador, sem que o tivesse justificado, tirando partido de uma fífia de Babanco, que poderia ter cortado o lance e permitiu que o seu ex-companheiro de equipa, Licá, inaugurasse o marcador.

O FC Porto deu meia parte de avanço ao Estoril, ao permitir que o jogo se desenrolasse num ritmo baixo, razão pela qual a partida não teve praticamente oportunidades de golo até ao intervalo.

O jogo foi equilibrado na primeira parte, quer em termos de posse de bola quer em caudal ofensivo, porque o FC Porto consentiu num ritmo de jogo baixo que o Estoril aproveitou para equilibrar as operações, quase sempre com os setores defensivos a superiorizarem-se aos ataques.

Na segunda parte, o FC Porto entrou finalmente decidido a resolver a partida, colocando-lhe intensidade, o que empurrou o Estoril para o seu último terço do campo, graças à maior agressividade na recuperação da bola e maior velocidade nas saídas para o ataque.

Quando Jackson Martinez fez o segundo golo, aos 67 minutos, ninguém se surpreendeu face ao caudal ofensivo portista e às dificuldades que o Estoril estava a sentir para travar o ataque azul e branco.

Paulo Fonseca, que estava prestes a lançar Quintero em campo, retrocedeu, na expectativa de que a sua equipa seria capaz de segurar o segundo golo ou mesmo fazer um terceiro. Aliás, dois minutos depois do golo de Martinez, Varela falhou incrivelmente o 3-1, no coração da área.

O jogo parecia resolvido, mas eis que o Estoril foi buscar reservas que tinha escondidas e começou a dar sinais de reação, a incomodar um FC Porto que não estava a ser capaz de segurar a bola e de controlar o jogo com segurança.

O técnico estorilista, Marco Silva, operou duas substituições aos 72 minutos, com as entradas de Filipe Gonçalves e Balboa, que se revelaram influentes no que se viria a passar nos últimos vinte minutos.

O Estoril foi acreditando que podia chegar ao empate, subiu no terreno, passou a pressionar a defesa portista, explorando a velocidade de Sebá e Luís Leal, e aos 81 minutos, já depois de Paulo Fonseca lançar Quintero em substituição de Varela, conseguiu restabelecer a igualdade.

Um cruzamento do recém-entrado Balboa permitiu a Luís Leal marcar o 2-2, castigo que penaliza um FC Porto que depois de se colocar em vantagem não foi capaz de quebrar o ritmo de jogo e de o controlar.

Inclusive, o Estoril poderia ter feito 3-2, aos 87 minutos, numa excelente oportunidade desperdiçada por Luís Leal.

O treinador portista ainda tentou uma última cartada, com a entrada de Ricardo em detrimento de Défour, mas o Estoril, motivado pelo segundo golo, defendeu-se com bravura nos derradeiros minutos.