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André Villas-Boas: Os erros do treinador português

Era mais ou menos esperado um pouco por todo o Mundo. André Villas-Boas deixou de ser o treinador do Tottenham após a pesada derrota por 5-0 frente ao Liverpool, no passado fim-de-semana. É o segundo despedimento em Inglaterra no espaço de três anos. Um duro golpe para o treinador português que terá agora de recuperar uma imagem muito desgastada.

André Villas-Boas: Os erros do treinador português

A vida não está fácil para André Villas-Boas. É verdade que não faltam propostas de trabalho ao treinador português. Ainda ontem, os media noticiavam que o AC Milan estaria interessado nos serviços do técnico luso. No entanto, a imagem de Villas-Boas sai muito desgastada, principalmente em Inglaterra. É a segunda vez que 'manager' luso é despedido ou sai (os contornos da saída do Tottenham ainda não são claros) do comando de uma equipa britânica.

No Chelsea, o jovem técnico não percebeu a cultura onde estava inserido e tentou logo desde cedo colocar de lado as chamadas 'velhas guardas' do clube: Frank Lampard e John Terry. Tentativa fatal. Villas-Boas foi despedido e só voltou ao ativo passado uns meses no Tottenham dizendo que tinha aprendido com os erros. Há uma caraterística essencial quando se abraça um projeto desportivo. Perceber a cultura.

Numa das suas últimas entrevistas, Alex Ferguson disse que um dos motivos para o sucesso dele no Manchester United foi ter percebido não só a cultura do clube, mas também da região. A região norte de Inglaterra, uma zona de trabalho fabril, duro e mal pago. Quando vão ver o futebol é um momento de lazer, querem ver os jogadores a dar o litro. É essa imagem que Ferguson interiorizou e trouxe para as suas equipas. Não é coincidência que os adeptos mais fervorosos estejam quase todos no norte de Inglaterra: Leeds, Liverpool, Manchester United, Newcastle, etc.

Villas-Boas não tem sabido perceber o ambiente que o rodeia. É importante ter ideias fortes e claras, mas é também preciso saber adaptá-las ao meio que nos envolve. A imagem do técnico português sai desgastada porque o Villas-Boas do Chelsea ou do Tottenham não pode ser o do FC Porto, simplesmente porque nenhum dos clubes londrinos possui a organização do campeão português, onde se respeita o que os treinadores querem e onde se lhes dá muita estabilidade.

Por exemplo, Villas-Boas, fruto da sua personalidade, criticou muitas vexes as arbitragens em Inglaterra. Lá, ao contrário de Portugal, essa ação é vista como um desrespeito. Só treinadores como Alex Ferguson e José Mourinho se podem dar ao luxo de o fazer. Porquê? Porque ganham mais do que os outros. Simples.

André Villas-Boas também não consegue prender o grupo. A fotografia de Adebayor e Assou-Ekotto a 'festejar' a derrota do Tottenham depois do jogo com o Liverpool, prova que o treinador luso não 'agarra' o grupo. Um erro já visto anteriormente no Chelsea. A comunicação requer inteligência. O 'mestre André' terá daqui para a frente de gerir muito bem a sua carreira. Outro falhanço poderá ser a morte do artista.

Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação

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