Sporting-FC Porto: "Dragões" com personalidade incerta, em época inconstant

Se a temporada começou com a “normal” conquista da Supertaça – 3-0 sobre o Vitória de Guimarães, que havia conquistado a Taça de Portugal ao Benfica – e o campeonato com um empate no Estoril (2-2) a negar o pleno de triunfos à oitava jornada, a verdade é que em novembro tudo se complicou na Liga, como que a consequência do sub-rendimento na Europa, que começou semanas antes.

Quando subirem ao relvado de Alvalade, os “dragões” integram a liderança tripartida da Liga – com “leões” e “águias” -, despediram-se da Liga dos Campeões com fraco desempenho, continuam com aspirações na Taça de Portugal e conquistaram o primeiro troféu, a sua 20.ª Supertaça Cândido de Oliveira.

No campeonato, o tricampeão chegou a liderar, prematuramente, com cinco de avanço, mas, em novembro, tudo se esfumou com a perda de sete pontos: 1-1 na visita ao Belenenses e em casa com o Nacional e derrota 1-0 na Académica, desaires que apenas o deslize dos “leões” na última ronda (0-0 com o Nacional) atenuou.

A inconsistência do futebol “azul e branco” tem motivos vários, entre os quais a incapacidade das apostas Licá e Josué fazerem a diferença nas alas, a inaptidão à inversão do triângulo do meio-campo (dois pivots defensivos e um médio mais ofensivo), com a agravante de faltar alguém à altura de Fernando e Lucho, enquanto a defesa tem concedido anormal número de “brindes”, que têm custado vários pontos.

Na Liga dos Campeões, derrotas caseiras com Atlético de Madrid (0-1) e Zenit (0-1) e empate 1-1 com o Áustria de Viena foram fatais às aspirações da equipa, que, ainda assim, por um mero ponto (o mesmo que lhe daria também o apuramento), ainda conseguiu derivar para a Liga Europa, tal como o Benfica.

Tido como natural substituto de João Moutinho, o mexicano Herrera está longe de confirmar o seu potencial, o “perfume” do futebol de Quintero tem ficado pelo banco, tal como a imprevisibilidade de Kelvin, o “autor” do título da época passada, que raramente é utilizado.

A recente “descoberta” do criativo Carlos Eduardo – toda a época esquecido na equipa B – sacudiu o futebol demasiado previsível do “dragão”, dando-lhe um outro ritmo, consistência e diversidade de opções ofensivas com os quais o FC Porto se espera apresentar em Alvalade.

Frente ao Sporting, e após a curta paragem natalícia, Paulo Fonseca e o FC Porto jogam mais do que um bom desempenho na Taça da Liga, servindo antes como teste para o resto da época, que a 12 de janeiro traz uma visita ao eterno rival Benfica para a Liga.