Mais de duas dezenas de trabalhadores protestaram hoje perante a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) para exigir uma atualização salarial, condição sem a qual rejeitam negociar o Contrato Coletivo de Trabalho (CCT), disseram os representantes sindicais.
“A Liga de Clubes diz que tem um texto praticamente pronto para apresentar aos sindicatos. Nós já transmitimos à Liga que não estamos de acordo com negociar contrato nenhum enquanto os clubes não acordarem a tabela salarial. O que os clubes parecem pretender é retirar direitos através do CCT e empurrar o aumento salarial para o próximo ano”, afirmou aos jornalistas o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, Francisco Figueiredo.
O dirigente sindical disse estarem em causa cerca de três mil trabalhadores dos clubes de futebol abrangidos pelo CCT (de âmbito nacional, com apenas o FC Porto a possuir um Acordo de Empresa) tendo sido proposto um aumento de 3%, num mínimo de 30 euros.
Questionado sobre o facto de o mandato do atual presidente, Mário Figueiredo, estar prestes a terminar, o coordenador sindical afirmou que “até ao último dia do seu mandato pode negociar salários”, que se mantêm desde 2010.
“[Para] os clubes futebol, como eu disse, isto não é representativo, gastam milhões nos jogadores e a gente quer apenas uns tostões para os trabalhadores do campo, para os trabalhadores administrativos, que ganham salários muito baixos”, afirmou Francisco Figueiredo.
A Lusa pediu uma reação à LPFP, mas não foi possível obtê-la em tempo útil.