Jesus diz que desaire europeu não terá influência na final da Taça Portugal

Numa conferência de imprensa conjunta com o técnico adversário, Nuno Espírito Santo, e com o árbitro Carlos Xistra, Jorge Jesus garantiu que o desaire na final da Liga Europa, a meio da semana, "não vai diminuir a capacidade mental" das "águias", que estão preparadas para conquistar o terceiro troféu da época.

"O Benfica acabou de jogar há dois ou três dias uma final e amanhã [domingo] terá outra final. Há que olhar para a frente. O facto de o resultado não ter sido positivo não vai diminuir a nossa capacidade mental, nem a nossa determinação e convicção", afirmou.

Ainda assim, o técnico, de 59 anos, admitiu que o plantel sentiu o desaire europeu (derrota por 4-2 nos penaltis, após o 0-0 em 120 minutos) nos dias que se seguiram, mas acabou por ultrapassar a desilusão com a ajuda das famílias e do próprio grupo.

"Quando não se ganha uma final, há influências negativas, no momento. Foi o que aconteceu naqueles 24 horas seguintes. Neste momento já conseguimos ultrapassar essa questão. Os jogadores do Benfica estão muito habituados a estas experiências", referiu.

De resto, Jorge Jesus aproveitou a ocasião para fazer o rescaldo da final da Liga Europa, tendo criticado fortemente o desempenho da equipa de arbitragem, comandada pelo alemão Felix Brych.

"Se fosse em Portugal, aquela equipa de arbitragem ia sofrer muito, em termos de comunicação. O Benfica foi nitidamente prejudicado em três grandes penalidades. Mas já passou e temos a consciência que fomos a melhor equipa e que temos melhores jogadores que o Sevilha. No entanto, não quero tirar mérito ao Sevilha, porque soube jogar bem com as grandes penalidades", recordou.

Quanto à decisão do Jamor, Jorge Jesus frisou que "numa final não há favoritos" e que o Benfica terá de "justificar", dentro de campo, que merece vencer, mesmo levando em linha de conta o passado dos dois clubes.

"Se ajuizarmos pelo passado do Benfica e do Rio Ave, podemos dar muita margem de favoritismo ao Benfica, mas o futebol não é isso. Dentro do campo é que se demonstra o favoritismo. Continuo a dizer que não há favoritos, mas queremos vencer esta Taça de Portugal. Temos de justificar que a merecemos e é preciso demonstrar que somos melhores que o Rio Ave", adiantou.

Depois das conquistas do campeonato e da Taça da Liga, esta última precisamente diante do Rio Ave, o conjunto da Luz poderá tornar-se no primeiro a vencer as três competições nacionais, o que, segundo Jorge Jesus, "traz motivação extra" a todo o plantel.

O treinador dos "encarnados" considerou ainda que o Rio Ave não terá qualquer vantagem, pelo facto de ter tido mais tempo de descanso para esta final, embora tenha admitido que o confronto europeu deixou "alguns problemas" físicos, nomeadamente em Sulejmani, Rodrigo, Siqueira e Garay.

"Aquele jogo, de 120 minutos, deixou-nos alguns problemas de pormenor, mas até ao jogo vamos ter a garantia de que teremos as máximas condições para conquistar a prova rainha. Estamos seguros que vamos apresentar uma equipa forte", afirmou, realçando a importância dos regressos de Enzo Pérez, Salvio e Lazar Markovic, que vão conferir "maior intensidade" ao jogo benfiquista.

Já no que diz respeito ao seu futuro, Jorge Jesus lembrou que tem mais um ano de contrato com os "encarnados" e que está somente concentrado na partida que fecha que a época futebolística nacional.

"Quando chegamos ao final da época, coloca-se sempre essa questão, pela positiva ou negativa. Tenho mais um ano de contrato e estou extremamente feliz no Benfica. O Benfica tem-me valorizado e estamos com o foco somente nesta final", concluiu.

Benfica e Rio Ave jogam a final da Taça de Portugal, no domingo, a partir das 17:15, no Estádio Nacional, numa partida que será dirigida pelo árbitro Carlos Xistra, de Castelo Branco.