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"Talvez a renovação tenha sido precipitada, mas não sei se Schmidt tinha clube que o levasse"

O ambiente na Luz tem estado tenso nos últimos tempos, com Roger Schmidt e Rui Costa a enfrentarem as crescentes críticas por parte dos adeptos benfiquistas e da imprensa desportiva.

"Talvez a renovação tenha sido precipitada, mas não sei se Schmidt tinha clube que o levasse"
Benfica

"A passagem da euforia para a depressão é uma marca muito portuguesa e mais evidente no Benfica", observa antiga glória dos encarnados.

As dificuldades recentes da equipa encarnada e a falta de títulos na presente época, à exceção da Supertaça Cândido de Oliveira, têm gerado um clima de insatisfação entre os encarnados, culminando em manifestações de descontentamento durante e após os jogos da equipa lisboeta.

A contestação a Schmidt e a Rui Costa tornou-se mais evidente nos últimos jogos, com assobios e lenços brancos a marcarem presença nas bancadas.

A situação tem levado a um clima de turbulência no seio do clube, com a gestão do plantel e a comunicação do treinador alemão a serem alvo de críticas constantes.

Face ao escalar das criticas e aos recentes episódios registados em Faro, no final do encontro diante do Farense, Rui Costa, presidente do Benfica, viu-se obrigado a apelar à calma entre os adeptos, reconhecendo implicitamente a pressão que recai sobre a equipa técnica e jogadores.

"Um treinador que fez um grande trabalho agora é considerado uma desgraça"

António Simões, figura respeitada no universo benfiquista e do futebol português, trouxe uma perspetiva interessante sobre a situação atual do Benfica em declarações à SIC Notícias.

O antigo jogador, que fez parte de um passado de Glória para os encarnados, destacou a exigência e a margem de erro praticamente nula que o Benfica enfrenta por ser "o clube mais português de Portugal".

"O português é um povo de oito ou oitenta. E qual o clube mais português nas suas características? É o Benfica, disso não tenho qualquer dúvida. Por isso, terá sempre mais dificuldade em lidar com o insucesso", começou por dizer a antiga glória das águias, antes de dar como exemplo a atual situação de Schmidt na Luz.

"Um treinador que fez um grande trabalho agora é considerado uma desgraça. Talvez a renovação de Rui Costa tenha sido precipitada, mas estou de fora e não sei se ele tinha um clube que pudesse levá-lo", observou Simões.

"Mas essa passagem da euforia para a depressão é uma marca muito portuguesa e mais evidente no Benfica do que nos outros clubes", acrescentou o ex-internacional português.

Simões fez uma analogia interessante com a mentalidade portuguesa em geral, destacando como por vezes se dá mais atenção aos defeitos do que às virtudes, algo que é refletido também no futebol.

"Muitas vezes damos mais valor aos defeitos do que às virtudes e isso é um problema no futebol e não só", frisou.

Comparando o Benfica com os seus eternos rivais, Sporting e FC Porto, António Simões ofereceu uma visão perspicaz, afirmando que é impossível algum clube português ser comparado aos encarnados.

Sobre o conjunto leonino, o ex-jogador das águias mencionou um erro histórico de tentar ser maior em vez de melhor que o Benfica, algo que, segundo Simões é impossível, dada a presença abrangente dos encarnados nos quatro cantos do Mundo.

"Quiseram ser maiores do que o Benfica em vez de serem melhores. É impossível ser maior. O Benfica está em todo o lado", recordou.

Sobre o FC Porto, Simões reconheceu o sucesso ligado à figura de Pinto da Costa, mas também apontou uma certa estagnação no crescimento do clube azul e branco, relacionando-a à cultura e mentalidade desenvolvida ao longo dos anos.

"O sucesso do FC Porto deve-se à grande figura do seu presidente, mas também é graças à cultura desenvolvida por este que o FC Porto cresceu menos do que devia em relação a tudo o que ganhou. Ficou muito preso na sua região", rematou António Simões.

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