A Costa Rica, surpreendente vencedora de um Grupo D com três campeões do Mundo, foi a grande sensação da primeira fase do Mundial2014, enquanto a Espanha, detentora do título, foi a grande desilusão.
Num agrupamento com Uruguai, que sobreviveu, Itália e Inglaterra, os costa-riquenhos, a cumprir a quarta presença, tiveram o “desplante” de se qualificaram ao segundo jogo, ao baterem os sul-americanos (3-1) e os transalpinos (1-0).
A fechar, o conjunto comandado pelo colombiano Jorge Luis Pinto ainda “anulou” a Inglaterra, terminando invicta rumo aos oitavos de final, fase que já tinha atingido na primeira presença, em 1990, mas como terceira do seu grupo.
Joel Campbell e Bryan Ruiz foram as principais figuras de uma equipa que encantou o Brasil com um futebol alegre e ofensivo, seguindo em frente com todo o mérito e sem necessitar de quaisquer táticas ultradefensivas ou antijogo.
No lote de sensações, a Costa Rica ganhou com grande avanço, sendo secundada pela africana Argélia, que, também à quarta presença, conseguiu o seu primeiro apuramento para os “oitavos”, à frente da bem mais favorita Rússia.
O “herói” dos argelinos acabou por ser um jogador do campeonato português, o avançado do Sporting Islam Slimani, ao apontar o tento do apuramento, o do empate com os russos, organizadores do próximo mundial, em 2018.
No terceiro lugar neste “ranking” podem colocar-se os Estados Unidos, que pareciam condenados a ficar pelo caminho, num grupo com Alemanha, Portugal e Gana, mas conseguiram o segundo posto, perdendo apenas para os germânicos.
O conjunto comandado pelo alemão Jürgen Klinsmann, a cumprir a 10.ª presença e sétima consecutiva, está nos “oitavos” pela quarta vez, nas últimas seis edições (desde que organizou a prova, em 1994), mostrando consistência.
Em bom plano, ao conseguirem o segundo posto, que parecia o mais alto que podiam alcançar, estiveram várias seleções, com destaque para o México, do portista Herrera, que empatou com o Brasil e só perdeu o Grupo A para os anfitriões na diferença entre golos marcados e sofridos.
Por seu lado, o Chile aproveitou a “ausência” da Espanha, enquanto a Suíça superiorizou-se, por pouco, ao Equador, tal como a Nigéria à Bósnia-Herzegovina e a Grécia à Costa do Marfim, neste caso com o treinador português Fernando Santos a fazer história nos descontos – decidiu um penálti de Samaras.
No que respeita a desilusões, a maior foi a Espanha, que chegou ao Mundial como detentora do troféu e bicampeã em título e foi afastada após duas jornadas, ao perder com Holanda por escandalosos 5-1 – a maior derrota de um campeão - e cair, sem dar luta, derrotada de início, perante o Chile (0-2).
O “onze” de Vicente Del Bosque acabou por “morrer” ao mesmo tempo do que o FC Barcelona do “tiki-taka” e vai ter de mudar de “agulha” para o Europeu de 2016, se quiser ter hipóteses de conquistar um inédito “tri”, em França.
A exemplo da Espanha, as campeãs Inglaterra, que só durou dois jogos, e Itália, mesmo tendo entrado a ganhar, também dececionaram, tal como Portugal, goleado pela Alemanha (0-4) e quase “despachado” em dois jogos, e a Rússia, sem vitórias num grupo com argelinos e sul-coreanos.
Em geral, destaque pela negativa para todas as seleções vindas da zona asiática, incluindo a Austrália, que acabaram todas eliminadas e sem mostrarem o mínimo de categoria – parecem claramente em perda em relação aos outros continentes.
No meio de sensações e desilusões, passaram com convicção à segunda fase os favoritos Brasil, Alemanha e Argentina, que tiveram como figuras Neymar, Thomas Müller e Lionel Messi, os líderes dos marcadores, todos com quatro golos.
Por seu lado, a Colômbia, a Holanda e a França mostraram também que estão fortes, a exemplo da Bélgica, que só não é surpresa, no regresso aos Mundiais, depois de duas edições de ausência, porque o seu potencial já era conhecido.
Destaque ainda, em termos globais, para o recorde de 136 golos em fase de grupos, desde que, a partir de 1998, a prova passou a contar com oito grupos (48 jogos). A média é para já de 2,83 por jogo, sendo a melhor desde 1970.