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Mundial-2014: A competição onde os guarda-redes têm sido protagonistas

A posição de guarda-redes é uma das mais importantes e delicadas numa equipa de futebol: profissional ou amadora. Um erro ou uma defesa monumental podem alterar por completo o decurso de uma partida. Se um remate falhado de um avançado é apenas isso - um remate falhado -, um ‘frango’ de um guarda-redes tem sempre mais consequências.

Mundial-2014: A competição onde os guarda-redes têm sido protagonistas

No futebol de rua, daquele em que as mochilas fazem de postes e barra, mandam as leis que o ‘gordo vá à baliza’. Quanto mais não seja porque ocupa mais espaço do que os colegas. No futebol profissional, a posição de guarda-redes é tão específica que exige dedicação total de um especialista para treinar os seus executantes.

Infelizmente, são poucas as crianças que sonham um dia ser guarda-redes. Os avançados têm sempre mais espaço para brilhar: porque fazem fintas, porque sofrem faltas, porque marcam golos. Na baliza, a tarefa é dura. Há que assistir ao jogo quando a bola está na metade do campo adversária e defender as investidas contrárias a qualquer momento.

Se correr bem, o guarda-redes fez 'apenas' o seu serviço; se correr mal é porque é um ‘frangueiro’, um ‘pateiro’ ou porque precisa de uns óculos novos para ver melhor a bola. Não há como negar: os guarda-redes são a posição menos valorizada do futebol e prova disso é que só existiu um homem das luvas a vencer a Bola de Ouro. O soviético Lev Yashin, em 1963.

Contudo, o Mundial-2014 tem sido uma verdadeira montra para os guarda-redes. É rara a seleção em que o seu elemento mais recuado não tenha realizado uma exibição de nível superior. Nalguns casos, o Campeonato do Mundo serviu mesmo para mostrar qualidades e, muito provavelmente, dar o ‘salto’ para outras paragens durante o mercado de transferências.

Manuel Neuer é o expoente máximo. Mais ‘refinado’ do que em temporadas anteriores, o guarda-redes do Bayern Munique deu uma nova dimensão à posição: a função de líbero. Na complicada vitória sobre a Argélia (2-1, prolongamento), nos oitavos-de-final, Neuer cortou, fora da área, várias investidas africanas, numa defesa moribunda sem Mats Hummels. Ontem, diante da França (1-0), Neuer fez a diferença quando foi necessário, negando oportunidades claras de golo aos gauleses.

A ingratidão da posição de guarda-redes é exatamente esta: há que defender e surpreender quando se é chamado, mesmo que, no que restar da partida, se seja pouco mais do que um mero espetador. E se falhar estrondosamente, a culpa será apenas sua. Porque mais ninguém tem em mãos a hercúlea responsabilidade de ser a última muralha antes de a bola balançar as redes. O futebol afinal é isto: marcar golos, mais golos do que o adversário. Mas evitar que tal aconteça requer uma capacidade que nem sempre é tida em conta e compreendida pelos adeptos.

Além de Manuel Neuer (Alemanha), nomes como Guillermo Ochoa (México), Keylor Navas (Costa Rica), Tim Howard (Estados Unidos da América), Diego Benaglio (Suíça) e Claudio Bravo (Chile) honraram indubitavelmente a posição de guarda-redes, tornando os homens da baliza nos protagonistas de muitas partidas neste Mundial-2014.

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