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A Câmara de Arouca anunciou hoje que a Polícia Judiciária estará na quinta-feira nas instalações da autarquia para investigar "alegadas ajudas" dadas ao clube futebolístico local, o que o chefe do executivo municipal considerou ser "uma ironia".
"O Futebol Clube de Arouca está de costas voltadas para a Câmara porque acha que ela não lhe dá ajudas nenhumas", declarou hoje José Artur Neves à agência Lusa.
"É por isso que não deixa de ser irónico que a Polícia Judiciária (PJ) nos venha investigar precisamente por supostos apoios ao clube", acrescentou.
A investigação em curso pela Diretoria do Norte da PJ surgiu no seguimento de uma denunciada apresentada ao Ministério Público por parte de Luís Ferreira da Silva, eleito do PSD na Assembleia Municipal de Arouca.
José Artur Neves explicou que as suspeitas se relacionam com o uso de instalações da autarquia, dado que o clube vem utilizando como sede o Estádio Municipal de Arouca.
Desde a subida da coletividade à Primeira Liga, no arranque da época 2013/2014, o relacionamento entre ambas as partes tem sido afetado por divergências quanto ao aluguer do estádio: a autarquia passou a exigir o pagamento de uma renda, pelo facto de o clube ter passado a Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas, enquanto o clube defende que a utilização do recinto deveria manter-se gratuita.
Ainda durante o seu último ano na Segunda Liga, o Futebol Clube de Arouca já estava registado como clube profissional, o que, de acordo com a legislação da época, implicava maiores restrições à autarquia na atribuição de subsídios e outros apoios à instituição desportiva. Será o período de transição entre o estatuto amador da coletividade e a sua profissionalização que estará agora sob investigação.
José Artur Neves diz-se "totalmente tranquilo" com esta situação.
"Todas as deliberações da câmara são do domínio público", afirmou. "Tudo o que a autarquia fez cumpriu com o que a Lei determina", assegurou.
