Henrique Dinis deixou Vitória de Guimarães «para fazer história na Índia»

Em declarações à agência Lusa, o médio defensivo, que até à época passada fez parte dos quadros dos vitorianos, com passagens fugazes pelo Deportivo da Corunha (2010/11) e pelo Trofense (2011/12), rejeita a ideia de uma emigração forçada.

“O facto de estar a jogar na Indian Super League não significa que seja um caso de não-aproveitamento do futebol português”, justificou o jogador, com 24 anos de idade.

Para Dinis, “cada jogador tem a sua história e cada um faz aquilo que lhe é permitido no momento mediante as oportunidades que lhe são concedidas e que a vida proporciona”.

“É nesse sentido que sinto que farei parte da história do futebol indiano, pelo facto de dinamizar este tão lindo desporto num país que não é ainda o mais badalado”, acrescentou.

Dinis acredita que “a Índia poderá vir a tornar-se uma grande potência do futebol mundial”, cujos muitos “milhões de habitantes precisam de aprendizagem futebolística e educação para o gosto pela modalidade”.

É por isso que quer “fazer parte desta montra para o país” e jogar para milhares de pessoas que nunca os viram antes, mesmo passando por algumas condições de adaptação: “Por enquanto, tem corrido muito bem, pois até a comida não é essencialmente indiana, porque estamos ainda sujeitos a uma dieta restrita, de preparação para a competição”.

A Superliga indiana inicia-se no domingo e está recheada de grandes estrelas do futebol mundial, o que o médio considera “bastante excitante e cativante para os jovens indianos que sonham emergir no futebol e os seus exemplos, como é o caso de Del Piero”, seu colega de equipa.

“O Alessandro é um exemplo, quer a nível futebolístico quer pessoal. É uma excelente pessoa, assim como um excelente profissional, que tenta dar o seu melhor todos os dias e ajudar com os seus conhecimentos. Será uma mais-valia para a nossa equipa e para a liga”, sublinhou.

A prova indiana terá um formato que obrigará a jogos diários, cuja primeira fase, com partidas em casa e fora, terminará a 10 de dezembro. Depois, os primeiros quatro classificados jogarão entre si, a duas mãos, o acesso a uma final, marcada para 20 de dezembro.

“É um formato diferente e bastante curto. Teremos de dar o nosso melhor a cada dia, para que estejamos bem preparados o mais rapidamente possível, física e mentalmente, pois também viajaremos por todo o país o que, por si só, já é bastante desgastante e, com o acumular dos jogos, será ainda mais cansativo”, concluiu Dinis.