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O problema de Jorge Jesus é não pensar com mentalidade grande

Em cinco anos como treinador do Benfica, Jorge Jesus atingiu os oitavos-de-final da Liga dos Campeões apenas por uma vez. Muito pouco para uma equipa que possui um respeitado historial, tanto a nível interno como europeu. Esta época, mais do que nunca, notou-se um desinteresse das águias pela competição que chegou a ser constrangedor.

O problema de Jorge Jesus é não pensar com mentalidade grande

Jorge Jesus é, na minha opinião, o melhor técnico português da atualidade, logo depois de José Mourinho. Coloca as suas equipas a jogar bom futebol, com mentalidade ofensiva e, ao seu estilo, consegue criar uma aura comunicativa que lhe guardará seguramente um lugar de destaque na História do Benfica e do futebol português. Mas tem um problema: pensa pequeno. Por vezes, parece até um pouco desfasado das exigências da modalidade futebolística moderna.

Uma equipa de topo, no futebol atual, tem que ter recursos humanos e capacidade mental para jogar de três em três dias a um nível competitivo elevado. É assim que fazem Chelsea, Real Madrid, Barcelona e Bayern Munique.

Não me interpretem mal e não pensem que com isto quero dizer que o Benfica possui as mesmas responsabilidades destes ‘tubarões europeus’, mas, sendo uma das equipas mais tituladas no Mundo, deveria mostrar, pelo menos, outro tipo de mentalidade e ambição.

O pensamento de Jorge Jesus foi claro: ‘Não tenho uma equipa com tantas soluções como nas outras épocas, estou num grupo da Champions mais complicado do que noutras épocas, por isso tentaremos fazer o suficiente para cair na Liga Europa e, se a sorte assim nos bafejar, seguir em frente para os oitavos-de-final. Sem forçar'.

Mas a sorte foi madrasta e o Benfica caiu, com estrondo, das competições europeias. Uma eliminação precoce que terá sérias consequências a nível financeiro e que poderá precipitar a saída de unidades fundamentais (Salvio, Enzo Perez, Gaitán), prejudicando, como consequência, outras ambições da equipa a nível desportivo.

É claro que Jorge Jesus negará sempre este cenário quando confrontado com o mesmo, mas a boca fugiu-lhe para a verdade na antevisão da visita ao reduto da Académica, na 11.ª jornada da Primeira Liga.

Em resposta a uma pergunta de um jornalista sobre a eliminação inesperada do Benfica nas competições europeias, Jorge Jesus retribuiu com o argumento de que a sua equipa ainda poderia conseguir o terceiro lugar na última jornada da fase de grupos. Depois apercebeu-se que já não era possível: dois dias depois… Um enorme erro de comunicação externa e que revela a quase indiferença do técnico encarnado, este ano, pelas provas europeias.

Também aqui, o pensamento de Jorge Jesus é claro. Ganhar a Primeira Liga pelo segundo ano consecutivo e dar o mote para o regresso da hegemonia do Benfica no campeonato português é prioridade. O problema é se as coisas lhe começarem a correr mal em 2015. É que o FC Porto parece continuar em crescendo de forma e as saídas de unidades fundamentais para equilibrar a balança financeira não ajudarão nada.

Jorge Jesus é um grande treinador, volto a reforçar, mas pensa pequeno. Se pensasse grande, preocupar-se-ia em seguir em frente na Champions League – ou no pior dos casos na Liga Europa – e em ajudar o clube a encaixar milhões e prestígio nas competições europeias. A equipa ficaria mais cansada? Sim. Mas nem só de boa forma física se fazem campeões.

O provérbio diz-nos que ‘a sorte protege os audazes’ e, esta temporada, Jorge Jesus tem sido tudo menos audaz…

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