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O Al-Ahly e o Al-Masry vão defrontar-se no sábado pela primeira vez desde o trágico jogo de fevereiro de 2012, em que 72 pessoas perderam a vida em confrontos entre adeptos dos dois clubes de futebol.
Naqueles que foram considerados os mais mortíferos tumultos da história do desporto egípcio, registaram-se mais de 1.000 feridos (na maioria adeptos do Al-Ahly), sendo a responsabilidade em grande parte imputada aos apoiantes do veterano líder egípcio Hosni Mubarak, deposto em 2011 após uma revolta popular.
Desde 2012, a liga egípcia de futebol passou a disputar-se em dois grupos, de forma a evitar ao máximo confronto entre as duas equipas (que poderia apenas acontecer numa eventual final) mas, em 2015, essa regra foi revertida, passando novamente a haver apenas um grupo.
"A partida será disputada por causa do futebol egípcio e os direitos dos mártires serão respeitados", disse Mahmoud Taher, presidente do Al-Ahly, cuja equipa era então treinada pelo português Manuel José.
Apesar de estar agendada também para sábado uma nova audiência a 73 réus, entre eles nove polícias, acusados de matar adeptos do Al-Ahly, as famílias das vítimas querem que seja feita justiça e que os culpados paguem pelos seus atos.
"Eu não me importo se vai haver jogo ou não. Eu perdi o interesse pelo futebol e agora só me preocupa que os culpados paguem e que seja feita justiça pelo meu filho", afirmou Abdel Aziz Metwaly, pai de uma das vítimas, à France Presse.
O jogo de sábado será disputado à porta fechada e em campo neutro, na cidade costeira de El Gouna, bem longe de Port Said (‘casa’ do Al Masry), onde ocorreram os confrontos.
