Cerca de 600 pessoas detidas na semana passada em Malabo após incidentes ocorridos nas meias-finais da Taça das Nações Africanas (CAN), Guiné Equatorial-Gana, continuam na Esquadra Central de Polícia daquela cidade, alertou hoje um partido da oposição.
A Convergência para a Democracia Social (CPDS), partido da oposição parlamentar na Guiné Equatorial cujo secretário-geral é Andrés Esono, criticou as detenções em comunicado hoje citado pela agência de notícias espanhola, Efe.
A nota da CPDS indica que “continuam fechadas em três celas dessa esquadra mais de 600 pessoas, jovens e menores de idade detidos entre quinta-feira e sexta-feira no âmbito dos referidos incidentes”.
A CPDS precisa que entre os detidos se encontra Santiago Aparicio Abeso Mba, representante do partido em Espanha.
A formação social-democrata da Guiné Equatorial exige a libertação imediata e incondicional “dessas pessoas, injustamente detidas, e responsabiliza o Governo do general (Teodoro) Obiang pelo que lhes possa acontecer em consequência do seu cativeiro”.
Por sua vez, Jerónimo Osa Osa Ecoro, o secretário-geral do partido no poder, o Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), disse por telefone à Efe, a partir da cidade de Bata, que a polícia se limitou a deter os cabecilhas dos incidentes, que serão presentes a um juiz depois de prestarem declarações.
O ‘número dois’ do PDGE, que justificou as detenções com o objetivo de “evitar mais violência [nos campos de futebol e nas ruas]”, sustentou que na CPDS “querem sempre um clima de desordem para denegrir a imagem do Governo”.
O mesmo responsável recordou que a CPDS fala de centenas de detenções “dramatizando tudo, quando sabe que essa informação não coincide com a realidade”.
Osa Osa disse que “a realização da CAN, além de ser uma festa nacional, foi um êxito total. Tudo correu bem e todo o povo está contente”.