Declarações no final do encontro entre o Gana e a Costa do Marfim, que os marfienses venceram por 9-8 no desempate por grandes penalidades, conquistando a Taça das Nacões Africanas (CAN2015).
Hervé Renard (selecionador da Costa do Marfim): "Estou muito contente pelos marfinenses, que esperavam por isto há 23 anos.
A minha mensagem, desde que começou a preparação, a 05 de janeiro, foi sempre a mesma, até quando tivemos um mau começo de jogo contra a Guiné Equatorial.
Os jogadores esforçaram-se muito e hoje foram recompensados. Na vida, podemos perder, mas o importante é lutar sempre, nunca desistir.
Dedicamos esta vitória ao povo marfinense. O futebol tem esta magia, a de reunir todas as etnias, todas as pessoas que não pensam da mesma forma. A Costa do Marfim está mais do que contente hoje e isso é o mais importante”.
Yaya Touré (‘capitão’ da Costa do Marfim): “Quando ganhamos com o clube, é mágico, mas com o país... é incrível, excecional. Esperava por levantar este troféu há não sei quanto tempo e, como ‘capitão’, é especial.
É uma grande lufada de ar fresco. A nossa possibilidade apareceu e estou aliviado. Penso em todas as pessoas que me deram conselhos, na minha família.
O treinador foi muito bom connosco, ele conhece muito bem o futebol africano e fez um ‘super’ trabalho.
Tivemos uma série de críticas, às vezes agressivas, mas ele soube manter-nos na rota, fazer com que deixássemos as ‘estrelas’ em casa e trabalhássemos para a equipa.
Faz oito anos que jogo na seleção. Perdi duas finais e uma vez nos quartos de final, o que é duro de suportar.
Os penáltis são muito difíceis e estou muito aliviado por termos ganhado. Temos de felicitar o Barry (guarda-redes que marcou o penálti decisivo). Teve momentos difíceis, sobretudo no país, onde foi muito criticado. Hoje, deu-nos o troféu, é um exemplo de solidariedade.
Avram Grant (selecionador do Gana): “Trabalhámos os penáltis no sábado, mas, perante os adeptos, é outra coisa. Eles marcaram mais um, é tudo.
Termos chegado à final é um feito que outros gostavam de ter conseguido. Estou muito orgulhoso com o que fizemos neste torneio, pois ninguém dava nada pelo Gana, nem acreditava que pudesse jogar desta maneira.
Não estou contente, pelos penáltis... acontece. No terreno, fomos a melhor equipa. Eles não tiveram uma única ocasião.
Marcámos muitos golos ao longo do torneio e criámos muitas oportunidades. Toda a gente no Gana deve estar orgulhoso desta equipa”.
Asamoah Gyan (‘capitão’ do Gana): “Fora do campo, tinha que apoiar os meus colegas. Estivemos a ganhar por 2-0 (no desempate por grandes penalidades) e a Costa do Marfim recuperou e ganhou.
Fizemos os possíveis para ganhar, mas o futebol é assim. Isto acontece. Fomos aos penáltis e perdemos.
A Costa do Marfim foi duas vezes à final (2006 e 2012) e perderam nos penáltis, à terceira venceram.
Estou muito triste, mas não pelo que jogámos, pois fizemos um bom torneio. Perdemos e vamos voltar para os clubes, tentando reconquistar a confiança e voltar mais fortes”.