Benfica SAD participa disciplinarmente do Sporting

No documento, a SAD `encarnada´ enumera diversas infrações que considera que os `leões´ cometeram no recente dérbi disputado em Alvalade, como a "utilização indevida da aparelhagem sonora", "impedimento da entrada de adeptos do SL Benfica no estádio de Alvalade e sua entrada tardia", "faixas exibidas no jogo pelos GOA (grupos organizados de adeptos) da Sporting SAD" e "da receção da comitiva da SL Benfica SAD".

A SAD benfiquista, que juntou ao documento fotos de algumas das ações verificadas antes e durante o encontro, da 20.ª jornada da I Liga e que terminou empatado 1-1, pede à CII que considere "procedente" a participação discipinar e proceda às consequências legais inerentes, entre as quais destaca-se a possibilidade de castigos de um a três jogos de interdição do estádio do clube visado.

O Benfica justifica a participação no facto de as ocorrências agora mencionadas não constarem "quer no relatório de ocorrências elaborado pelos delegados da Liga, Nuno Pedro e Esmeraldo Augusto, quer no relatório do jogo elaborado pela equipa de arbitragem nomeada", liderada pelo portuense Jorge Sousa, "situações essas perpetradas e da responsabilidade ora por elementos pertendcentes à estrutura da Sporting SAD, ora aos grupos organizados de adeptos (GOA)".

Entre os vários pontos em que se baseia, o Benfica queixa-se da "utilização indevida a aparelhagem sonora", referindo que o `speaker´ da Sporting SAD apenas disse o nome do Sporting na divulgação da constituição das equipas, nunca mencionou o nome do Benfica no decurso do jogo, "utilizando invariavelmente a expressão `equipa visitante´ sempre que se tinha que referir à equipa do SL Benfica".

O Benfica considera que o Regulamento das Competições (RC) organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional estipula que "são deveres dos clubes `não utilizar nem permitir, durante o decurso do jogo, o uso por speaker ou animador de jogo da aparelhagem sonora do estádio para fins de incitamento às equipas ou outros fins que não sejam a transmissão de informação estritamente necessária durante o jogo ou de caráter urgente".

"Com efeito, com esta postura, a Sporting SAD teve como intenção única tentar diminuir, denegrir e injuriar o SL Benfica e os seus adeptos, assim como incentivar os adeptos da Sporting SAD à prática de comportamentos provocatórios, injuriosos e violentos (`como veio a acontecer´), violando o disposto no nº 2 do artigo 117.º do Regulamento Disciplinar (RD), o qual estabelece que `se, nos termos previstos no número anterior, a aparelhagem sonora do recinto for utilizada para denegrir ou injuriar o clube visitante ou os seus sócios e simpatizantes ou para incentivar ou estimular os sócios e simpatizantes do clube visitado à prática de comportamentos objetivamente injuriosos para com o clube visitado ou os seus sócios e simpatizantes, o clube será punido com a sanção de interdição do seu estádio a fixar entre o mínimo de um e o máximo de três jogos e, acessoriamente, com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 50 UC (unidades de conta) e o máximo de 100 (UC)", pode ler-se no documento.

A Benfica SAD queixa-se ainda do episódio verificado com a entrada de vários adeptos seus que, se apercebendo que os bilhetes iriam esgotar, tinham adquirido antecipadamente ingresso nas bilheteiras de Alvalade, situação que, segundo o Benfica, foi alertada na reunião anterior ao jogo, realizada entre os dois clubes e as forças de segurança, mas, ainda segundo os `encarnados´, os adeptos, à chegada a Alvalade, viram a sua entrada barrada com a alegação de que a lotação estava esgotada.

O Benfica considera que, tendo em conta a informação dos `stewards´ do estádio de que a lotação estava esgotada, "o Sporting emitiu bilhetes em número superior à lotação do estádio, infringindo desta forma o disposto no nº2 do artigo 88 do RD", que prevê sanção de um mínimo de um e um máximo de três jogos à porta fechada ao clube infrator, além de multa a fixar entre um mínimo de 10 UC e um máximo de 30 UC.

Igualmente a ação de obstrução à entrada dos seus adeptos e posterior "enorme atraso" na sua entrada levou a Benfica SAD a considerar que a SAD sportinguista terá violado outro artigo do RD, o 118.º, que prevê igualmente um a três jogos à porta fechada e multa de 50 a 250 UC.

Também as faixas exibidas antes e durante o jogo foram alvo da Benfica SAD, que se queixa particularmente de três com as frases: "Um perdeu-se a vir da Croácia... O outro fugiu com o dinheiro... E agora têm um pintainho amarelo!", "Sigam o King" e "Gostas pouco... Gostas!!!".

Considera o Benfica que a SAD do Sporting, ao permitir a colocação das faixas, que acusa conterem "um caráter altamente intimidatório, provocatório, grosseiro e insultuoso para com os adeptos, dirigentes e até jogadores da Benfica SAD", viola os deveres do promotor do espetáculo desportivo e incorre igualmente na punição prevista no artigo 118.º do RD.

Finalmente, a SAD do Benfica participa igualmente do tratamento recebido por parte da sua comitiva e cujos deveres violados incorrem também em punição prevista no artigo 118.º.

Depois do encontro entre os dois rivais da Segunda Circular, o Sporting anunciou o corte de relações institucionais com o Benfica, devido ao que o clube considera “graves acontecimentos do passado fim de semana”, anunciando ainda pretender levar os casos às entidades competentes “até às últimas consequências”.

Em comunicado, o Conselho Diretivo do Sporting lamenta que o Benfica não se tenha demarcado da exibição de uma faixa exibida a toda a largura de um dos topos das bancadas com a inscrição ‘Very light 1996’, durante o dérbi do Nacional de futsal, no sábado, enquanto adeptos ‘encarnados’ cantavam “amanhã há mais”, numa alusão ao jogo entre os dois clubes marcado para o dia seguinte.

De acordo com o clube ‘leonino’, no domingo, estas ameaças “vieram a concretizar-se com o lançamento indiscriminado por parte dos adeptos do Benfica de artefactos pirotécnicos sobre os adeptos do Sporting, numa tentativa inqualificável de repetir o condenável episódio (da final da Taça de Portugal) de 1996”.