Primeira Liga: Moreirense – Benfica (declarações)

Miguel Leal (Treinador do Moreirense): "Unicamente entrei em campo para segurar os meus jogadores. Não disse nada ao árbitro. Eu sei que vamos ter aí jogos do nosso campeonato e já estamos fragilizados e com expulsões pode piorar. Relativamente à arbitragem, não quero comentar, não vou comentar. É verdade que o jogo ficou decidido no primeiro golo [do Benfica]. Não há canto e tinha de levar amarelo e a partir daí mudou a história do jogo. Mas não vamos estar aqui a dizer se foi intencional ou não. Não é isso que interessa, nem faz parte da minha maneira de ser falar disso. Não entrei dentro de campo para criar constrangimento ao árbitro. O objetivo foi ajudar a tarefa dele. Estou triste porque o meu jogador foi expulso, mas são situações de jogo.

Sem fazer um jogo brilhante, a minha equipa mais uma vez cumpriu a estratégia que tínhamos traçado. Muito sacrifício. Toda a gente sabe que estamos a fazer uma equipa nova. Temos muitas dificuldades, mas estes jogadores têm dado uma resposta brilhante. É com estes que vamos para a guerra.

Enquanto houve jogo, a minha equipa conseguiu anular a melhor qualidade do Benfica.

Na segunda parte, sabíamos que o Benfica iria tentar marcar rapidamente, sabíamos que tínhamos de aguentar os primeiros minutos. Surgiu um lance que deu golo e o estado emocional dos meus jogadores ficou afetado. Com a expulsão o jogo acabou.

O que ele [André Simões, que foi expulso com vermelho direto aos 61 minutos] disse quase todos os jogadores dizem. Ele teve um desabafo, mas que têm muitos jogadores. De certeza que os jogadores do Benfica também já tiveram em outras situações. Mas eu aceito. Mas é preciso é ver o momento do jogo. O bom-senso deve imperar.

Temos estado sempre em alterações e dificuldades. Mas a equipa tem respondido bem e vai conseguir fazer o que o clube ambiciona, a manutenção".

Jorge Jesus (Treinador do Benfica): "Não valoriza mais [a vitória o facto de termos estado a perder]. O jogo tem duas partes. Fomos melhor do que o adversário, que fez um remate à baliza e fez um golo. Mas não se contabiliza quem faz mais remates, mas sim quem faz golos.

Conversámos ao intervalo. Fizemos um golo de bola parada e depois do 1-1, face ao poder da equipa do Benfica e também graças aos adeptos, com o 2-1 e o 3-1 jogámos para estabilizar o jogo. Saímos com uma vitória num campo que é difícil. Foi uma vitória conseguida com esforço.

Aquilo [confusão após a expulsão de André Simões] passou-se tudo ao pé do meu banco, distraí-me e entrei dentro do campo e não posso entrar no campo.

Estávamos já num período [quando aconteceu a expulsão de André Simões], apesar do futebol não ser uma certeza absoluta, num bom período. Não sei o que poderia ter acontecido. Como é óbvio, com mais um jogador fica mais fácil.

Claro que não vou dizer o que o André Simões disse [ao árbitro]. Vão ter de esperar pelo relatório do árbitro. Se dissesse, não me ficava bem. Não foi nada de bonito.

Somos a soma das partes e não é uma parte que faz a diferença. O Pizzi tem vindo a enquadrar-se dentro da cultura do que é Benfica. O Pizzi, o Talisca, jogadores que chegaram ao Benfica nestes meses e estão a corresponder. Ele [Pizzi], além de muito dinâmico, é muito forte na bola parada. E tudo isso é determinante para as minhas escolhas, para quem coloco em campo".