Comentário: Boavista impõe-se ao Vitória de Guimarães

Foi a primeira vez que, nesta liga, os axadrezados marcaram três golos num jogo e foi um triunfo que começou a ser desenhado após a expulsão do médio vimaranense Bernard, aos 47 minutos.

Depois desse momento chave, o Boavista cresceu, tomou conta do jogo, empatou e marcou mais dois golos ante um adversário que se afundou na segunda parte e se queixou muito do árbitro João Capela.

O Boavista entrou a pressionar e, nos quatro minutos iniciais, conquistou três livres no meio-campo vimaranense, que aproveitou para chegar perto da baliza de Douglas, mas sem quaisquer resultados práticos.

O Guimarães sentiu então muitas dificuldades nas saídas para o ataque, tal a marcação a que André André, Otávio e Bernard foram sujeitos pelo menos até aos 10 minutos.

Fiel aos seus princípios, o Boavista lutou e correu muito, apostou em lançamentos longos para Brito, à esquerda, e Uchebo, à direita, mas a defesa do Vitória de Guimarães opôs-se bem e Douglas não teve muito trabalho.

Na primeira vez que o Guimarães conseguiu soltar-se, Mika teve de se aplicar para evitar o primeiro golo. Mas o guarda-redes axadrezado nada pôde fazer aos 22 minutos, quando Alex fez o 1-0, de grande penalidade, por falta do gabonês Appindandgoye, que se estreava, sobre Tomané.

Uchebo podia ter empatado no minuto seguinte ao golo vimaranense, mas o seu remate foi parado por Douglas e o resultado manteve-se inalterado até ao intervalo.

A segunda parte começou da pior maneira para o Guimarães. Bernard viu o segundo cartão amarelo (47 minutos) e foi expulso.

O Boavista aproveitou bem a superioridade numérica. Petit substituiu rapidamente o central Appindandgoye pelo extremo Zé Manuel e a sua equipa lançou-se ao assalto da baliza adversária com todas as suas forças.

O Guimarães viu-se em grandes apuros ante os raides atacantes sucessivos do Boavista, nunca encontrou um antídoto para os travar e aos 63 minutos abriu a primeira brecha. Brito ultrapassou um adversário, cruzou atrasado e Marek Cech fez o 1-1 com um remate colocado.

A reviravolta ficou completa aos 69 e 86 minutos com mais dois golos - e os boavisteiros acrescentaram mais três pontos aos 22 que já possuíam e afastaram-se assim mais um pouco da despromoção.

O 2-1 nasceu de um cruzamento certeiro de Idris para as costas da defesa vimaranense, também remendada – como a do Boavista – porque Bruno Gaspar e João Afonso ficaram fora por castigo. Uchebo aproveitou assistência de Idris e cabeceou para o fundo da baliza do desamparado Douglas.

O Boavista chegou ao 3-1 aproveitando o facto de o Guimarães ter subido no terreno em busca do empate. Zé Manuel aproveitou um lançamento longo, isolou-se e rematou sem hipótese para Douglas, obtendo assim o 3-1 final. Os vimaranenses contestaram o golo, alegando que Zé Manuel ajeitou a bola com a mão, mas João Capela validou o tento.

O árbitro acabou ainda por expulsar Nii Plange e Sami na parte final, deixando o Guimarães revoltado com a arbitragem e reduzido a oito elementos.