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Os cinco momentos-chave da época de Jorge Jesus

Parece consensual que o plantel do Benfica que esta temporada conquistou a Liga NOS e a Taça da Liga não usufruiu da mesma qualidade da equipa da temporada anterior, que levou para o museu a Liga Zon Sagres, a Taça de Portugal e a Taça da Liga, perdendo ainda a Liga Europa, na final, para o Sevilha.

Os cinco momentos-chave da época de Jorge Jesus

Concordo inteiramente com este ponto de vista. A qualidade deste plantel não foi a mesma, agravado ainda pelo facto de o rival FC Porto ter investido bastante na construção de uma equipa recheada de estrelas. A qualidade não foi a mesma, mas, ao contrário de outras temporadas, o Benfica mostrou uma frieza incrível, nunca falhando nos momentos decisivos.

Lembro-me perfeitamente de, na época passada, após a derrota frente ao Sevilha na final da Liga Europa, Jorge Jesus ter referido que, para se perder uma final, é preciso lá chegar. Na altura, esta justificação foi entendida por muitos como uma desculpa esfarrapada para justificar a segunda final da Liga Europa perdida em dois anos consecutivos - no ano anterior o desaire aconteceu frente ao Chelsea.

Contudo, olhando para a postura do Benfica durante esta época, as palavras de Jesus nunca fizeram tanto sentido. Os encarnados cresceram e nunca falharam nos momentos-chave. Nunca.

O primeiro grande momento do Benfica aconteceu a 14 de dezembro. Já eliminadas das competições europeias, após uma fase de grupos desastrosa na Champions League, as águias foram vencer o FC Porto ao Estádio do Dragão (0-2), com dois golos de Lima. Este triunfo consolidou a posição dos encarnados na liderança da Liga NOS e deu uma importante vantagem mental aos pupilos de Jorge Jesus em relação ao seu rival.

O segundo momento decisivo surgiu já em 2015, a oito de fevereiro. Na primeira volta o Sporting conseguiu um positivo empate na Luz (1-1) e recebeu o Benfica com ambição de ganhar vantagem no confronto direto com o rival lisboeta. Os leões dominaram grande parte do encontro, marcaram aos 87 minutos e nada fazia prever o empate tardio dos encarnados, já nos descontos, por intermédio de Jardel. A partir daqui, a luta pelo campeonato passou a ser a dois, entre Benfica e FC Porto.

O terceiro momento do título encarnado chegou a 21 de março, com a derrota em Vila do Conde, frente ao Rio Ave (2-1). Jesus e os seus pupilos não contariam com a reação do adversário após estarem em vantagem e saíram dos Arcos com a possibilidade de ficarem com apenas um ponto de vantagem para o FC Porto. O rival jogou na Madeira e não foi além de um empate frente ao Nacional (1-1). As águias perderam apenas um ponto para Lopetegui e companhia, ficando com três pontos à maior e vantagem no confronto direto.

O momento que decidiu em definitivo o bicampeonato das águias aconteceu no 'Clássico' da Luz. O FC Porto precisava de triunfar por dois ou mais golos, mas a estratégia cautelosa de Jesus triunfou frente a um plano sem grande personalidade dos dragões. O marcador não saiu do nulo (0-0) e as águias mantiveram os três pontos de vantagem para o rival, com quatro jornadas por disputar.

Embora de forma não tão decisiva, Lopetegui e companhia voltaram a falhar na penúltima ronda da Liga NOS. O Benfica empatou no terreno do Vitória de Guimarães (0-0) e o FC Porto esteve largos minutos em vantagem frente ao Belenenses, deixando-se empatar bem perto do final (1-1). Foi o momento da consumação de algo que já todos sabiam, inclusivamente os jogadores azuis e brancos. O Benfica tornou-se bicampeão e festejou a Norte, no Minho.

Longe de ser o melhor plantel da era de Jorge Jesus, esta foi a equipa mais experiente, unida e personalizada sob o comando do técnico luso. O próprio Jesus evoluiu e construiu um modelo tático muito menos permeável defensivamente, contrapondo-se ao balanço desmesurado no ataque que tantos dissabores lhe deu no passado.

PS: Isto só aconteceu porque a estadia de Jorge Jesus no Benfica é, sobretudo, um projeto. Um projeto liderado por Luís Filipe Vieira que, há duas temporadas, contra tudo e contra todos, insistiu em continuar com este treinador ao leme. Como em todos os projetos a longo ou médio prazo, com tempo e perseverança, os frutos acabam por ser colhidos.

Endereço Eletrónico: [email protected]

Programa da jornada

Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
Sp. Braga - Belenenses, 1 - 1

Sábado, 25 de Abril de 2015
Académica - Gil Vicente, 1 - 2
Estoril - Marítimo, 1 - 1
Rio Ave - V. Guimarães, 1 - 1

Domingo, 26 de Abril de 2015
Nacional - Penafiel, 2 - 0
Arouca - Paços Ferreira, 1 - 3
Benfica - FC Porto, 0 - 0
Boavista - V. Setúbal, 0 - 0

Segunda-feira, 27 de Abril de 2015
Moreirense - Sporting, 1 - 4

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