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Futebol praia: Ozu, um 'samurai' de Copacabana que sonha vencer o mundial

Osmar Moreira, que em 2007 trocou a areia de Copacabana por Tóquio, assumindo a cidadania japonesa e passando a chamar-se Ozu, sonha ser campeão do mundo em Portugal e deixou elogios à "imprevisibilidade" de Belchior.

Futebol praia: Ozu, um 'samurai' de Copacabana que sonha vencer o mundial

Quando em 2007 aceitou o convite de Ruy Ramos para atravessar o Pacífico e fixar-se no Japão, Ozu deu uma nova dimensão e outro rumo à sua vida, confessando em conversa com a agência Lusa que "gostaria de ser campeão do mundo em Portugal para agradecer tudo o que recebeu" em oito anos naquele país.

E se Osmar, aliás Ozu, adequou o nome à pronúncia nipónica, a lei japonesa, tão rigorosa no que respeita à concessão da nacionalidade, fez também o seu trabalho para que o jogador, que começou com um contrato de trabalho, aos 20 anos, como adjunto do selecionador Ruy Ramos, pudesse, cumpridos os cinco anos de lei como residente, passar a ostentar a dupla nacionalidade.

Nesse período, além de jogar e passar a sua experiência para um país ainda à procura de crescer na modalidade, Ozu aprendeu a falar e a escrever fluentemente japonês, passou no exame obrigatório e, uma vez com a nacionalidade garantida, passou em 2012 a jogar pela Japão, alinhando no Mundial2013, no Taiti.

"Aquilo que aprendi no Brasil com o Júnior Negão ou o Jorginho, procurei passar aos meus companheiros no Japão", contou Ozu, que se revê no papel de líder da equipa. "Sei que eles me ouvem, que sabem que os estou a aconselhar e a equipa tem evoluído com isso e com os ensinamentos do [selecionador] Marcelo Mendes", acrescentou.

Aos 39 anos, e por muitos considerado o melhor defesa do mundo, Ozu é uma extensão do treinador em campo, algo que é visível e audível em cada treino da seleção japonesa nas praias de Espinho, instruindo ou corrigindo os colegas sempre em japonês.

Com 1,90 m e 86 kg, Ozu é o motor do Japão e, graças aos treinos particulares com que, em Tóquio, complementa a preparação diária, consegue aguentar e pautar o jogo nipónico nos três períodos de jogo.

Mas o jogo não é apenas físico e, quando questionado sobre se era mais difícil de vigiar Alan, Madjer ou Belchior, Ozu riu, coçou a cabeça e respondeu: "Pois, é um trio complicado, mas, dado ser defesa, é com o Belchior que lido mais e, francamente, é muito complicado de parar, pois é muito imprevisível e nunca se sabe o que vai fazer".

Por isso, quinta-feira, frente a Portugal, num estádio cheio a torcer por uma vitória lusa, Ozu "espera muitas dificuldades". "Portugal tem uma equipa muito forte, organizada e experiente enquanto a nossa seleção está em renovação e ainda à procura do seu caminho", disse.

Ainda assim, Ozu admite que a disciplina dos japoneses misturada com o seu conhecimento e a experiência do selecionador Marcelo Mendes pode conduzir a equipa ao lugar mais alto do pódio. "Não vamos dizer que somos candidatos, jogo a jogo isso se verá", concluiu.

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