A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) considerou hoje que a eleição do xeque do Bahrein Salman bin Ebrahim al-Khalifa como presidente da FIFA seria "inaceitável", dado o seu país incorporar um regime que reprime os jornalistas.
A RSF, entidade não-governamental internacional cujo objetivo é defender a liberdade de imprensa no mundo e dos jornalistas aprisionados, criada em 1985, em França, apela a que não votem sexta-feira neste candidato à presidência da FIFA.
Num comunicado divulgado hoje, a RPS recorda que o candidato Salman al-Khalifa, membro da família real do Bahrein e presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC), é acusado por algumas organizações não-governamentais de ter desempenhado um papel na repressão de revoltas democráticas no seu país em 2011.
"É inaceitável que o xeque Salman se torne o mais alto representante do futebol mundial", refere no comunicado o diretor-executivo da RSF em Berlim, Christian Mihr.
Ainda de acordo com Christian Mihr, o xeque Salman, enquanto membro da família real, representa um regime que, durante anos, reprime jornalistas e blogueiros críticos do reino.
"Pelo menos 14 jornalistas, profissionais ou não, continuam presos no Bahrein, em consequência do exercício de sua profissão", refere a RSF, que salienta que "o país está no lugar 163 (de 180) do ‘ranking’ da liberdade de imprensa”.
Salman reparte com o suíço Gianni Infantino, secretário-geral da UEFA, as preferências à sucessão do suíço Joseph Blatter na presidência da FIFA, nas eleições de sexta-feira, nas quais concorrem ainda com o príncipe jordano Ali bin al Hussein, o francês Jérôme Champagne e o empresário sul-africano Tokyo Sexwale.