Liga/Balanço: Belenenses cumpre objetivo e promove futebol 'positivo'

Apesar de apresentarem a defesa mais batida (66), os ‘azuis' terminaram o campeonato num tranquilo nono lugar, com menos sete pontos do que em 2014/15, na sequência de uma temporada em que disputaram 50 jogos oficiais, 10 dos quais na Liga Europa, onde não participavam desde 2007.

Ricardo Sá Pinto foi o técnico escolhido para liderar o projeto ‘europeu' dos lisboetas, que arrancaram a época com uma inédita qualificação para a fase de grupos da prova europeia, onde colocaram em ‘sentido' equipas como a Fiorentina e o Basileia.

O bom desempenho europeu não espelhava o percurso interno e, nas primeiras 10 rondas do campeonato, o Belenenses apenas conquistou três vitórias, sendo inclusivamente goleado de forma clara nos redutos de Benfica (6-0), FC Porto (4-0) e Sporting de Braga (4-0).

Aos poucos, os ‘azuis' começavam a aproximar-se da zona de despromoção e, à 13.ª jornada, depois de um derrota frente à Académica, a terceira consecutiva na prova, Sá Pinto demitiu-se do comando técnico, deixando a formação de Belém três pontos acima da ‘linha de água'.

A SAD virou-se, então, para o ‘mercado' espanhol e contratou um ‘desconhecido', Julio Velázquez, que tinha no currículo passagens por Villarreal e Bétis, ambas na II Liga espanhola.

Nos primeiros sete jogos à frente da equipa, o jovem treinador (34 anos) somou três vitórias, três empates e apenas um desaire. A equipa passava a ‘respirar' melhor na tabela, mas, sobretudo, ia apresentado um futebol atrativo e dinâmico, para o qual contribuíram o experiente Carlos Martins e os reforços de ‘inverno' Bakic e Abel Aguilar.

No entanto, a forma descomplexada de jogar acabou por ter consequências, nomeadamente a nível defensivo, como foi visível nos pesados desaires com Benfica (5-0) e Sporting (5-2), ainda que, entre estes dois jogos, os ‘azuis' tenham dado réplica ao FC Porto (2-1) e batido o Sporting de Braga (3-0).

Após a derrota com os ‘leões', o Belenenses acabaria mesmo por segurar a manutenção, com um empate diante da ‘aflita' Académica, quando faltavam quatro jogos para o fim.

Alcançado o principal objetivo, e com a ‘Europa' já longe do horizonte, o conjunto lisboeta limitou-se a gerir os ‘danos' provocados pelas muitas lesões que afetaram o plantel na fase final e fechou o campeonato com um triunfo caseiro sobre o Estoril-Praia.