O futebolista José Fonte foi titular frente à Croácia, no Euro2016, mas há seis anos estava a disputar a terceira divisão inglesa, um percurso que o defesa lembrou enquanto tocava o hino de Portugal, no sábado, em Lens.
"Foi uma emoção muito grande. Foi mesmo inesquecível. Foi um sonho para mim", confessou o central de 32 anos, que nos oitavos de final do Europeu completou o seu 13.º jogo pela seleção nacional, tendo abandonado o Estádio Bollaert-Delelis com a qualificação no ‘bolso’ e sem qualquer golo sofrido.
Fonte fez a sua formação no Sporting, ao lado de jogadores como Cristiano Ronaldo e Ricardo Quaresma, mas nunca chegou à equipa principal e acabou por abandonar o emblema de Alvalade. Depois de Felgueiras e Vitória de Setúbal, assinou pelo Benfica, mas também não se impôs na Luz e foi emprestado primeiro ao Paços de Ferreira e depois ao Estrela da Amadora.
"Na altura, muitas pessoas não entenderam a minha decisão em ir jogar para o ‘Championship’ (segunda divisão inglesa). Saí de Portugal com mais de 50 jogos na I Liga. Mas a verdade é que cresci muito lá. O jogo é muito mais agressivo e é muito competitivo", lembrou José Fonte, numa conferência de imprensa realizada no Centro Nacional de Râguebi francês, em Marcoussis, minutos antes de mais um treino de Portugal.
Depois de duas épocas e meia no Crystal Palace, o central português tomou uma decisão ainda mais arriscada e assinou pelo Southampton, uma equipa habituada à ‘Premier League’, mas que tinha descido à ‘League One’ (terceira divisão).
"Foi uma decisão que tomei na altura com a noção que poderia chegar rápido à ‘Premier League’, que era o meu grande sonho. Em duas épocas, subimos duas vezes e felizmente foi uma decisão acertada", lembrou.
Todo esse percurso passou pela cabeça de Fonte quando o hino nacional começou a ser ouvido em Lens e o defesa estava no relvado no ‘onze’ de Portugal escolhido pelo selecionador Fernando Santos.
"Sempre acreditei que isto poderia acontecer e digo isto com toda a sinceridade. Naquele momento, tentei assimilar tudo o que passei para chegar ali. Foi um momento de orgulho e de muita emoção", explicou o central português.
Entretanto, Fonte tornou-se capitão do Southampton e ganhou notoriedade no principal escalão inglês, mas só em 2014 é que foi chamado para a seleção portuguesa, logo na primeira convocatória de Fernando Santos.
"Mais vale tarde que nunca. Tenho a noção que quando se joga nas divisões inferiores é difícil entrar no lote dos selecionados. Depois do primeiro ano de ‘Premier League’, já sentia que tinha capacidade para a ajudar a seleção", disse.
Fonte, que algumas vezes chegou a misturar o português com o inglês, resultado que estar quase há uma década no Reino Unido, contou ainda como é ser capitão de um clube da ‘Premier League’.
"Em Inglaterra, as pessoas olham muito para o capitão. É algo que dá muita responsabilidade a um jogador. Estou no clube há sete anos e fui escolhido pela minha experiência e também pela maneira de ser. O capitão tem muita influência junto dos colega e também no clube. Eu gosto sobretudo da responsabilidade que me dá junto dos mais jovens", concluiu.
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