Euro-2016: Flávio Paixão colocaria Renato e Quaresma de início

“Com a Polónia, é muito importante o Renato Sanches e o Ricardo Quaresma jogarem de início, porque dão muita velocidade ao jogo de Portugal”, afirmou à Lusa o jogador nacional, encantando com os dois suplentes determinantes no golo face à Croácia (1-0, após prolongamento), nos ‘oitavos’.

De acordo com Flávio Paixão, e além das alterações no ‘onze’, é preciso que Portugal consiga “pressionar a defesa da Polónia”, já que, pressionados, os jogadores polacos não se sentem cómodos a jogar e cometem mais erros.

“Nós, os jogadores portugueses, gostamos do ‘1x1’, de apostar na velocidade e no drible e os jogadores polacos não se dão tão bem quando enfrentam jogadores assim”, prosseguiu o médio luso, aconselhando o pressing e a velocidade.

Flávio Paixão até acredita “plenamente que Portugal tem todas as capacidades para chegar à final”, mas recusa facilidades para o embate de quinta-feira.

“Acho que a Polónia é uma equipa boa, que tem feito um ótimo Europeu. Acho que, taticamente, é uma equipa muito forte, muito bem organizada”, elogiou o jogador luso, deixando, no entanto, claro: “Acho que Portugal tem melhor equipa”.

Ainda assim, é preciso “estudar bem a Polónia”, para evitar surpresas: “Não se pense que a Polónia, por ser a primeira vez que vai aos quartos de final (depois de se ficar pela fase de grupos em 2008 e 20012), pode ser um adversário mais fácil”.

“As equipas pequenas estão a surpreender as grandes”, disse, lembrando também as dificuldades que Portugal teve na fase de grupos e nos ‘oitavos’: “Contra a Croácia, foi muito difícil e a Polónia vai ser uma equipa muito difícil. Vai ser um jogo em que vamos ter de dar 200 por cento para vencer”.

De acordo com o médio luso, “a Polónia tem uma grande equipa” e tem “grandes jogadores, que podem fazer a diferença, como o Lewandowski, o Milic, o Grozicki e o Krychowiak. E Também tem o Fabianski, que está num grande momento de forma”.

“Também tem um grande treinador, que sabe pôr a equipa bem organizada. São uma equipa muito perigosa”, acrescentou à Lusa o médio de 31 anos, natural de Sesimbra.

Portugal ainda não convenceu e Flávio Paixão avança uma explicação: “Se calhar, foi mau para nós termos ganhado 7-0 à Estónia. Os níveis de confiança subiram para lá do esperado e quando um jogador tem confiança a mais pode ser mau”.

“Acho que demos conta disso a tempo e foi bom termos marcado três golos à Hungria, para podermos acreditar mais. Contra a Croácia fizemos um jogo inteligente. Foi muito difícil, as duas equipas respeitaram-se muito. Qualquer um podia marcar. Ganhou Portugal, que, pelo esforço que teve, pela luta, acho que mereceu passar aos quartos”, frisou.

O jogador do Lechia Gdabsk, equipa em que também alinha o seu irmão gémeo Marco Paixão, acredita que a seleção das ‘quinas’ vai continuar a melhorar.

“Acho que, jogo após jogo, a equipa está a mostrar coisas melhores. Todos os jogadores que têm jogado, têm mostrado capacidade para fazer ainda melhor. Por isso, só posso esperar coisas boas da seleção”, afirmou.

Na quinta-feira, e porque está em estágio com o seu clube, verá o jogo junto aos colegas polacos: “Vai ser uma guerra, mas vai ser engraçado. Na equipa, 90 por cento são polacos. Vai ser divertido, vamos ver o que acontece”.

“Estou confiante que a seleção portuguesa vai ganhar e temos de ganhar mesmo, se não vou andar o ano inteiro a ouvir os companheiros. Espero que Portugal possa ganhar e acredito que tem melhor equipa e melhores jogadores, mas temos de o mostrar dentro do campo. Espero que possamos fazer quinta-feira a festa aqui, a falar português”, finalizou.