Uma explosão de alegria foi o que a Avenida dos Aliados, no Porto, assistiu com a passagem de Portugal às meias-finais do Campeonato da Europa de futebol, que decorre em França.
Os minutos iniciais, mais concretamente no segundo minuto de jogo, um 'balde de água fria' deixou os adeptos portugueses incrédulos com o golo madrugador da Polónia. Ainda assim, a desvantagem não arrefeceu os ânimos, que nem a chuva 'miudinha' que se fez sentir conseguiu.
À meia hora, e numa altura em que Portugal começava a ganhar terreno perante o adversário, chegou-se a pedir grande penalidade sobre Cristiano Ronaldo. Pediu-se em Marselha e pediu-se na Avenida dos Aliados. As convicções eram semelhantes.
E o golo do empate para Portugal acabou mesmo por acontecer três minutos depois. Renato Sanches, de pé esquerdo, 'fuzilou' a baliza de Fabianski, deixando ao rubro os milhares de adeptos que cobriam a 'baixa' do Porto de vermelho e verde.
Ao intervalo, os prognósticos apontavam todos no mesmo sentido: a vitória de Portugal. No entanto, e apesar de já ser hábito neste Europeu para Portugal, ninguém acreditaria que este fosse mais um jogo para se sofrer até ao último segundo.
A verdade é que foi mesmo.
Filipe Coutinho não se deixou abater pelo golo da Polónia, aos dois minutos, e manteve a confiança numa vitória já que defendia que "Portugal estava a jogar muito bem".
"Vamos ganhar e vamos até à final. Com muito esforço e dedicação está ganho", disse.
Maria do Rosário partilhava da opinião de que Portugal estava a jogar bem, mas ainda defendeu a tese de que a seleção nacional estaria a "ser roubada". Ainda assim, a expectativa num final feliz também esteve presente.
"Nós somos grande e vamos vencê-los. Nós vamos marcar mais um golo e vai ser o Cristiano", apostou ainda.
A segunda parte foi assistida com cautela e sem grandes euforias, como que a adivinhar o que se seguiria.
A 11 minutos do final do tempo regulamentar ainda houve alguma emoção aquando a entrada de Ricardo Quaresma em campo. Mas o melhor estaria guardado para depois.
As cautelas no prolongamento foram sentidas dentro e fora de campo. Os adeptos, em frente ao ecrã gigante no coração da Invicta, ansiosos por ver resolvido o jogo nos 120 minutos, não conseguiram evitar um semblante mais carregado, fruto do nervosismo e preocupação do momento.
E a Polónia estava empenhada em dar luta.
Na lotaria das grandes penalidades foram muitos aqueles que não quiseram estar de frente para o ecrã. Superstição ou simplesmente nervosismo fizeram com que muitos fugissem do aglomerado de pessoas para, à distância, ouvirem o desfecho de cada remate.
E a pontaria estava afinada.
Só ao penúltimo penálti, os polacos deslizaram, deixando a via 'escancarada' para Ricardo Quaresma 'carimbar' a passagem para as meias-finais.
Como há muito não se via, a Avenida dos Aliados levantou-se em êxtase a festejar mais um passo na prova, e mostrando que o apoio à seleção portuguesa será intenso até ao último suspiro.
Num apoio levado ao limite, Jorge Ramos segurava emocionado o neto com apenas 16 dias, festejando com grande euforia esta vitória.
"Ele nasceu no dia em que Portugal começou a jogar este Europeu. Ele esperou que Portugal começasse a jogar para nascer. E desde então tem visto todos os jogos", esclareceu Jorge Ramos que já tem um futuro traçado para o pequeno Sérgio: "Tomara eu que ele pudesse ser um bocadinho como o Cristiano Ronaldo."
Os festejos prometem continuar pela noite dentro.