loading

Shanghai SIPG, o clube das camadas jovens e propriedade de um grupo estatal

O novo clube do treinador português de futebol André Villas-Boas, o chinês Shanghai SIPG, foi fundado em 2005, mas desde então já teve três nomes, ilustrando um modelo de gestão comum às principais equipas chinesas.

Shanghai SIPG, o clube das camadas jovens e propriedade de um grupo estatal

Inicialmente designado Shanghai Dongya FC, o clube de Xangai nasceu de uma parceria entre a empresa Shanghai Dongya Sports and Culture Center e o antigo treinador da seleção chinesa Xu Genbao.

Xu, que em 2000 fundou a academia de futebol Genbao Football Base, procurava assim dar aos seus jovens atletas a oportunidade de adquirirem ritmo competitivo, colmatando a falta de competições organizadas para as camadas jovens na China.

Na sua primeira época, o Shanghai Dongya terminou em sétimo lugar na terceira divisão chinesa, competindo com jogadores com idades entre os 14 e os 17 anos.

Na temporada seguinte, a equipa subiu para a segunda divisão, onde competiu até 2012, quando se passou a chamar Shanghai Tellace, como parte de um patrocínio do grupo de imobiliário Zobon, no valor de 30 milhões de yuan (4 milhões de euros).

O dinheiro terá servido para reter os jovens talentos do clube, o que permitiu que no mesmo ano subissem à Superliga chinesa.

Em novembro de 2014, o Shanghai International Port (Group), o gigante estatal que opera os terminais públicos do porto de Xangai, o mais movimentado do mundo, pagou 500 milhões de yuan (quase 67 milhões de euros) pela totalidade do clube.

Os novos proprietários rebatizaram a equipa Shanghai SIPG FC e contrataram para treinador o sueco Sven-Goran Eriksson, antigo técnico do Benfica.

Na mesma época, o conjunto foi vice-campeão, num campeonato ganho pelo Guangzhou Evergrande, que desde há seis anos domina o futebol chinês, e alcançou os quartos-de-final da Liga dos Campeões asiática.

Esta temporada, acabou a prova em terceiro lugar, já depois de, em julho passado, ter pagado 55 milhões de euros pelo avançado ex-FC Porto Hulk ao clube russo Zenit.

Entre os restantes 15 emblemas que competem na Superliga chinesa, as histórias são idênticas.

O Jiangsu Suning, recordista em gastos esta época e vice-campeão, foi comprado em dezembro passado pelo grupo Suning, especializado no retalho de eletrodomésticos e detido por Zhang Jindong, um dos homens mais ricos da Ásia e membro do principal órgão de consulta do Governo e do Partido Comunista da China.

Já os principais acionistas do Guangzhou Evergrande são o gigante chinês do imobiliário Evergrande (56,71% das ações) e o Alibaba (37,81%), grupo de comércio eletrónico fundado pelo magnata Jack Ma.

"Na China, o dono do clube é uma empresa, mas o clube não é gerido como uma empresa", explica à agência Lusa o empresário de futebol Pedro Neto, que desde 2011 negoceia a transferência de jogadores para o país asiático.

Neto explica que, ao contrário do modelo de gestão dos clubes europeus, que visa o lucro, "aqui, a empresa estabelece o orçamento do clube e se esse valor não for ultrapassado, as metas foram cumpridas".

"Não existe rivalidade entre clubes, porque os clubes não têm tradição, mas antes uma rivalidade entre os donos dos clubes", ilustra, dizendo que "cada um quer mostrar quem é o mais rico e poderoso".

A entrada de grandes grupos chineses no futebol coincide com o desejo de Pequim de converter o país numa potência futebolística à altura do seu poder económico e militar.

O Presidente chinês, Xi Jinping, assumiu já o desejo de ver a China qualificar-se para a fase final de um Mundial, organizar um Mundial e um dia vencê-lo.

Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos da América, a China figura em 84.º no ‘ranking' da FIFA, atrás de muitas pequenas nações em vias de desenvolvimento.

Confira aqui tudo sobre a competição.

Siga-nos no Facebook, no Twitter, no Instagram e no Youtube.

Relacionadas

Para si

Na Primeira Página

Últimas Notícias

Notícias Mais vistas

Sondagem

Roger Schmidt tem condições para continuar no Benfica?