CNVD critica Benfica e PSP por incidentes do «clássico»

''Não nos chegou qualquer tipo de contra-ordenação no que respeita às normas legais na esfera de competências do IDP (Instituto de Desporto de Portugal) que permita uma intervenção. Agora, depois de analisados os relatórios, há indícios de algum apoio indevido às claques dos diferentes clubes'', disse o presidente do IDP, Luís Sardinha, após reunião do CNVD, organismo a que também preside.

O CNVD, que inclui, entre outros, representantes do ministério da Administração Interna, das competições profissionais e federações desportivas, debateu aos relatos do director de segurança do Estádio da Luz e da PSP, sobre os incidentes na recepção do Benfica ao FC Porto (1-1) de 01 de Abril, da 23ª ronda da Liga de futebol.

Antes e durante a partida, registaram-se confrontos entre as claques organizadas dos dois clubes, nomeadamente quando os adeptos do FC Porto, instalados num anel superior do recinto ''encarnado'' atiraram diversos objectos para as bancadas inferiores, originando vários feridos.

''Os ilícitos criminais verificados são algo que pertence aos tribunais. Esperamos ainda pelos vários inquéritos que estão a decorrer, nomeadamente no âmbito da Comissão Disciplinar da Liga de clubes e também do Ministério da Administração Interna. Queremos envolver todos os agentes de forma activa para tratar destes problemas de violência que, diria, são ocasionais'', concluiu Luís Sardinha.

O CNVD volta a reunir-se sexta-feira, pela manhã, com representantes da Liga e dos clubes de futebol profissional e, à tarde, com responsáveis da PSP e da segurança nos estádios.

Num comunicado, o CNVD constata ''uma dificuldade na coordenação das medidas preventivas entre as entidades públicas e privadas'', referindo-se ao Benfica, como organizador da partida, e à PSP, avançando ainda com a suspeita de ''apoio indevido'' às claques Diabos Vermelhos, No Name Boys e Super Dragões.

Segundo a Lei nº16/2004, de 11 de Maio, os clubes só podem apoiar grupos organizados de adeptos, na cedência de instalações, ajuda técnica ou financeira, desde que as claques estejam constituídas como associações e registadas junto do CNVD, nomeadamente com a identificação dos seus membros, algo que não se verifica.

LUSA