Crónica: Estoril empata sem golos na receção ao Boavista

Sob a pressão de ter de ganhar pontos na luta pela manutenção, os estorilistas até estiveram mais perto do triunfo, mas não tiveram a eficácia necessária diante de uma formação 'axadrezada' inteligente e sóbria. Com este empate, o Estoril mantém o 15.º lugar, agora com 22 pontos em 26 jogos, enquanto o Boavista está no oitavo posto, com 34 pontos.

Na partida que marcou a estreia do treinador Pedro Emanuel em jogos no Estádio António Coimbra da Mota, os estorilistas apresentaram cinco novidades no onze: Dankler, João Afonso, Ailton, Allano e Eduardo. Já no Boavista manteve-se a fórmula de não mexer em equipa que ganha, tendo Miguel Leal repetido as escolhas do triunfo na ronda anterior sobre o Marítimo.

Moralizado pelo recente empate (3-3) conseguido em Guimarães, o Estoril entrou confiante e assertivo no encontro, impondo uma pressão alta e uma organização sólida. Fruto de uma intensidade superior, os anfitriões dominaram o arranque do jogo e assinaram boas iniciativas ofensivas por Carlinhos e Ailton, ainda que sem criar muito perigo para a baliza de Vagner.

Do outro lado estava uma das equipas em melhor forma na I Liga, mas que parecia atordoada pelo ritmo elevado do adversário. Como consequência, o Boavista demorou a assentar o seu jogo e só perto dos 20 minutos é que equilibrou a contenda. O remate forte de Anderson Carvalho, a obrigar Moreira a uma defesa a punhos, deu o mote para a reação 'axadrezada'.

Só nos derradeiros minutos antes do intervalo é que houve alguma expectativa de golos, muito por culpa do atrevimento boavisteiro neste período. Renato Santos foi então a principal ameaça, tendo uma das suas investidas levado a bola ao poste da baliza estorilista. O ascendente dos forasteiros não foi, porém, suficiente para quebrar o nulo.

Com o segundo tempo, o Estoril voltou a entrar mais forte, só que desta feita foi capaz de manter uma autoridade sem quebras no encontro. Muita intensidade, várias jogadas de perigo e pouca ou nenhuma eficácia - foi este o balanço de um Estoril transfigurado para melhor perante um Boavista pragmático e mais contido.

Kléber, Carlinhos, Mano, Allano e Eduardo estiveram todos perto de marcar, mas a falta de pontaria e a atenção de Vagner - aplaudido no regresso à Amoreira - evitaram males maiores para os axadrezados. Miguel Leal tentou mudar a feição do encontro, lançando Rochinha, Makhmudov e Carraça, mas nada travou o domínio do Estoril.

Por sua vez, Pedro Emanuel vincou com as alterações a vontade de ganhar, ao apostar em Tocantins, Bruno Gomes e Yarchuk, tendo o primeiro desperdiçado uma ocasião soberana para dar o triunfo à sua equipa já nos derradeiros minutos. Do outro lado, o Boavista parecia já satisfeito com a igualdade final, confirmada pouco depois pelo apito de Nuno Almeida.

Depois de um empate feliz na estreia diante do Vitória de Guimarães, Pedro Emanuel somou hoje o segundo ponto ao comando dos estorilistas, porventura escasso para o futebol exibido diante de um Boavista equilibrado e que continua a sua trajetória positiva na Liga.