Técnico Bruno Baltazar está feliz em Chipre, mas pensa regressar a Portugal

"[O AEL Limassol] foi um projeto que me surgiu, que achei interessante para a forma sustentada como quero fazer a minha carreira. Mas sei que, mais cedo ou mais tarde, voltarei a Portugal para abraçar outro projeto", disse o técnico à agência Lusa.

Bruno Baltazar, 39 anos, que cumpre a sétima experiência do seu percurso como treinador, e a terceira no estrangeiro, quer voltar a Portugal para "vingar e mostrar a qualidade" do seu trabalho, mas não quer "queimar etapas" nesse processo.

"Sou jovem, ambicioso e consciente. Cheguei agora a uma primeira divisão e estou nas competições europeias. Claro que uma primeira divisão em Portugal seria aliciante, mas, neste momento, sou feliz em Limassol, num clube que me pode dar projeção", afirmou.

O técnico chegou ao clube cipriota em março, depois de uma passagem atribulada pelo Olhanense, da II Liga, e conseguiu a qualificação para as competições europeias, ao terminar a época no quarto lugar.

"Entrei no clube numa fase conturbada, com alguma contestação dos adeptos. Sinceramente, não foi fácil. Estávamos no sexto lugar, fora das competições europeias, mas os jogadores foram fantásticos e perceberam rapidamente a mensagem", recordou.

Com contrato até ao final da época, o objetivo passa por voltar a qualificar o emblema de Limassol para as competições europeias - via campeonato ou pelo triunfo na Taça do Chipre -, uma vez que a luta pelo título é, de alguma forma, irrealista.

"Não gosto de me refugiar em orçamentos e na magnitude dos clubes, mas a verdade é que temos o orçamento mais baixo das seis equipas que discutiram o título na fase final do campeonato e é impensável podermos assumir essa luta com adversários mais poderosos", sublinhou Bruno Baltazar à Lusa.

A estreia como treinador nas competições europeias ocorreu na quinta-feira, no Estádio Algarve, casa emprestada das equipas de Gibraltar, onde o AEL Limassol derrotou o St. Joseph's por 4-0, na primeira mão da primeira pré-eliminatória da Liga Europa.

A segunda mão realiza-se em Limassol, em 06 de julho. "Queremos ir o mais longe possível na Liga Europa - atingir a fase de grupos é muito complicado, mas é esse o nosso objetivo", referiu o técnico português.

Para trás ficou a experiência no Olhanense, com "problemas que já existiam" quando chegou e que não conseguiu solucionar: "Chegou a um ponto em que me senti incapaz de inverter a situação e o caminho foi sair."

Em Chipre, Bruno Baltazar continua a seguir o futebol português, que, tendo "muita qualidade, com bons jogadores e treinadores", continua a ser "maltratado internamente por situações extrafutebol", alertou.

"Chipre sempre foi um mercado importador de jogadores portugueses e lá reconhecem a nossa qualidade. O meu objetivo também passa por aí, abrir portas para outros técnicos portugueses ao fazer um bom trabalho e deixar boa imagem", finalizou.