Fernando Santos: «O próximo jogo, com a Hungria, é que é a final»

«O próximo jogo, com a Hungria (domingo) é que é a final. É a próxima, a verdadeira final. Temos de vencer as três que faltam. Já vencemos uma. O jogo na Hungria vai ser tremendamente difícil, vamos ter de vencer. Depois vem Andorra e depois a Suíça para garantirmos o apuramento direto para o Campeonato do Mundo de 2018 na Rússia. Para isso estamos concentrados e focados.

Hoje nem tudo esteve bem. Entrámos com 15 minutos muito bons, a equipa entrou muito bem, pressionante, cumpriu muito bem com organização ofensiva, dinâmica e movimentos e fez um golo e criou mais perigo. E rápida na recuperação de bola, não permitiu às Ilhas Faroé jogar e isso é fundamental.

A partir daí, um ciclo menos positivo, não mau. Até fazermos o segundo golo. Na circulação de bola e organização ofensiva começámos a exagerar no jogo interior, com aglomerado de jogadores. Muitos cruzamento no espaço aéreo facilitava a vida à defesa e guarda-redes altos das Ilhas Faroé. Foi um período menos bem. Ofensivamente não estivemos ao melhor nível e houve alguma desconcentração defensiva. Sabíamos que eles só criavam perigo em contra-ataque ou bola parada. Tivemos um lance em que não fizeram golo porque não calhou e depois fizeram e marcaram em desconcentração nossa. Não gostei nada daquele golo.

Falámos ao intervalo. Melhorámos novamente na segunda parte com ritmo elevado e a partir do terceiro golo o jogo fluiu normalmente. Vitoria justíssima de Portugal. Os jogadores cumpriram bem, apesar do senão. Foi importante para ganhar da moral. Agora vamos pensar tudo no jogo com a Hungria.

Portugal é melhor. Sempre disse aos jogadores que isso se prova em campo com respeito pelo adversário. Disse ao intervalo que se continuássemos intensidade dos últimos 10 minutos da primeira parte ficaria preocupado. Alertando ao intervalo o chip voltou ao modo correto. Quando sofremos um golo a ansiedade pode instalar-se. A equipa reagiu muito bem, como esperava.

Se trouxemos o Nélson Oliveira é porque entendemos, pelas observações, que estava num bom momento. Tem perfil de ponta-de-lança de qualidade. Prometeu muito e vai a tempo de dar tudo o que já prometeu. Também pensei em meter o Bruma. Podia entrar outro qualquer. Se os chamo é porque entendo que têm algo para nos dar, senão não os chamaria.

O Bruno Alves tem uma gastroenterite. Acontece a todos. No meio da palestra teve de sair, meio aflito. A partir daí médicos os médicos tiveram de o ver. Tem síndromas de febre. Evitámos traze-lo para o jogo. Fico no quarto a descansar, medicado. Para recuperar rapidamente. Isto provoca desgaste físico. E contágio. Amanha estará em condições de treinar.

O Adrien não estaria nunca neste jogo, mas na bancada. Fez um treino de manha, amanha novo decisivo para ver se tem capacidade. Corre bem, os seus movimentos são bons, mas é preciso ver como reage ao choque, ao confronto com outros jogadores. Veremos isso amanha. Colocou-se ao jogador, perto hora do jogo, a possibilidade de ser transferido. Não nos parecia normal não o ter apto para o jogo não o poder libertar umas horas para tratar da sua vida. Seria até desumano. Se tivesse para jogar, seria de outra forma. Nem ele teria pedido. Parante este cenário, normal.

Nem o Renato Sanches nem o Nani estão aqui. Estou satisfeito quando os jogadores deste lote de uns 40 em observação mudam para melhor. No caso do Nani, foi opção pessoal (Lazio), pois jogava regularmente no Valência. O Renato (Swansea) sim, pois esteve um ano praticamente sem poder evoluir. Muito importante que possa jogar para podermos tomar uma decisão. Felizmente para aquela posição temos um leque de opções grande, enorme. Há muita competição. Quem não tem possibilidade de jogar é mais complicado. O Renato é campeão da Europa, está nos sub-21 e é muito importante para ele competir para depois competir pela possibilidade de estar aqui».