Abel Ferreira: «Parece-me uma vitória inteiramente justa da melhor equipa»

"O segredo [para a vitória] é fácil de perceber. Tem a ver com a nossa filosofia, a nossa forma solidária de jogar, que assenta em princípios coletivos. Fomos extremamente astutos nos primeiros 20, 25 minutos, deixando o adversário gostar do jogo. Aquele jogo de Marselha [derrota por 3-0] ia dar-nos oportunidade de aprender quando se joga contra os melhores.

A partir dos 25 minutos fomos fiéis à nossa forma de jogar com bola. Fizemos uma grande segunda parte, como fizemos nos últimos jogos. Parece-me uma vitória inteiramente justa da melhor equipa durante os 90 minutos.

É muito melhor ficar em terceiro do que em quarto. Mas mais do que ficar em terceiro ou quarto, é pensar no que fizemos até aqui. É o que nos tem de levar até maio. Temos de analisar as coisas boas e menos boas, continuar a perceber o que fazemos de dentro de campo, e depois jogar do primeiro ao último segundo para vencer. Não vamos vencer sempre, mas vamos jogar sempre para vencer.

A responsabilidade é a mesma [em todos os jogos, treinos apesar da equipa estar agora a um ponto do terceiro lugar]. Contra o Moreirense, foi um jogo que nos mereceu a mesma análise e tinha três jornalistas aqui. Hoje [sábado], tenho aqui 100. Temos sido sempre coerentes com o que temos vindo a fazer. Cada vez mais, estes jogadores sentem que é mais difícil jogar nesta equipa: ter vagas nos 11 e nos sete que vão para o banco.

(Sobre um ‘tweet’ no Sporting de Braga a dizer que respondeu em campo ao que se passou na semana antes do jogo) Eu disse que tenho uma responsabilidade social muito grande, os jogadores, os presidentes, e, depois, os órgãos de comunicação social têm um papel na valorização deste espetáculo. A minha missão era valorizar os jogadores, o espetáculo e a instituição que eu represento. Não quero que volte a acontecer o que aconteceu [a expulsão nos instantes finais do jogo]. O que me interessa é competir dentro de campo. O melhor de nós ainda está para chegar.

Ele [Raúl Silva], como todos os outros, [tem sido importante]. Neste momento, o Braga tem 90 golos marcados, 49 sofridos. Tem 13 golos nos primeiros 15 minutos. Tem cinco golos a meio da primeira parte. E tem 21 golos no último terço da primeira parte. E tem 28 entre os 76 e os 90 minutos. Isto demonstra o nosso equilíbrio. É uma equipa que treina muito.

[O Braga não tem tido jogadores convocados para a seleção nacional] Eles têm é de continuar focados no que controlam e, jogo após jogo, mostrar o melhor de si. Temos de perceber que a nossa seleção está bem recheada de grandes jogadores. Os jogadores seguramente sentem-se orgulhosos pelo que têm feito. O selecionador, se olhar para aqui, vai ver que somos das equipas portuguesas que mais jogadores tem lançado. Se fizerem falta, eu vou lá levá-los, se o selecionador os quiser utilizar".