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Vitória de Guimarães corta relações com Nacional

O Vitória de Guimarães anunciou hoje o corte de relações institucionais com o Nacional e o treinador Manuel Cajuda garante ter visto um polícia agredir o jogador Radanovic no final do encontro entre as duas equipas, domingo, da Liga de futebol.

Em conferência de imprensa no Estádio D. Afonso Henriques, onde marcou presença toda a Direcção vitoriana e Manuel Cajuda, o presidente do clube, Emílio Macedo da Silva, justificou a decisão com a ''posição assumida pelo presidente do Nacional'' de tentar ''branquear os acontecimentos''.

''[O corte de relações] durará pelo menos enquanto eu e a minha direcção estivermos ao serviço do Vitória ou esses senhores abandonem esse clube ou, de preferência, o futebol'', afirmou o dirigente, na leitura de um comunicado, suscitando os aplausos dos muitos adeptos presentes.

O presidente afirmou ainda que o Vitória de Guimarães vai ''participar criminalmente contra os responsáveis das agressões'' ao treinador e aos atletas, onde se ''inclui o sub-comissário da PSP Camacho Oliveira, responsável pela força de segurança no campo'', que agrediu ''barbaramente'' Radanovic.

Para o treinador da equipa madeirense, Predrag Jokanovic, o Vitória pede pena máxima, ou seja, três anos de suspensão previstos no regulamento, na impossibilidade de ser afastado em definitivo.

O Vitória, que levará o caso à Comissão Disciplinar da Liga, vai também proceder criminalmente contra o presidente do Nacional, Rui Alves, pelas afirmações proferidas que Emílio Macedo da Silva classificou de ''tentativa desequilibrada de branquear os acontecimentos''.

O presidente do clube repudiou ainda o teor do comunicado do Comando Regional da PSP da Madeira - que negou agressões a elementos do Guimarães e anunciou uma acção judicial contra Emílio Macedo -, alegando que aquela força policial ''preocupou-se mais em dizer que demandará judicialmente o presidente do Vitória de Guimarães do que em investigar os factos ocorridos''.

A este propósito, Manuel Cajuda garantiu ter visto o sub-comissário Camacho Oliveira agredir o jogador Radanovic. ''Vi o senhor, vi a cara dele, ontem [domingo] - não sei se para manter a ordem, nem sei se é forma de manter a ordem - a bater no Radanovic pelas costas''.

Manuel Cajuda relatou ainda um comentário alegadamente feito pelo responsável da suposta agressão a Radanovic: '''se fosse como na altura de Salazar, eu decidia como ele, ganhava a equipa da casa e vocês iam embora'. Tenho testemunhas disso'', afirmou o técnico.

Sobre as afirmações do treinador do Nacional, que justificou a sua reacção com uma alegada ameaça de agressão física de Manuel Cajuda, no intervalo do jogo da primeira volta entre as duas equipas, em Guimarães, o treinador vitoriano garantiu ''nunca ter prometido pancada a quem quer que fosse em 25 anos de carreira''.

Manuel Cajuda, que vai proceder criminalmente contra o treinador sérvio do Nacional, disse ainda que Jokanovic (com quem trocou desejos de 'boa-sorte' antes do jogo) o insultou directamente e o acusou de andar ''a fazer um campeonato com os árbitros todos comprados''.

''Apercebi-me da aproximação de um membro da equipa técnica do Nacional e de que as coisas não iam ter um bom fim. Como é visível não recuei, não demonstrei medo, mas também não provoquei nem fiz qualquer comentário porque acredito que ainda vivo num país com mínimo de justiça e aguardo pelas suas decisões'', adiantou.

Manuel Cajuda agradeceu ainda ''aos jogadores e a muitos do Nacional por não ter sido alvo de uma agressão que se perspectivava a qualquer instante''.

''Fiquei à espera de levar pancada. Levava, mas não levantava um dedo'', garantiu Manuel Cajuda, para quem o futebol continua a ter apenas ''adversários e não inimigos'' e ''um jogo de futebol não é motivo para agredir ninguém''.

O treinador frisou que no túnel não viu os jogadores das duas equipas à pancada e enalteceu a ''serenidade'' dos atletas do Nacional, agradecendo ainda as mensagens de solidariedade que recebeu de vários colegas de profissão.

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