Crónica: FC Porto em serviços mínimos vence Rio Ave sem medo

Com este resultado, os campeões nacionais somam agora 36 pontos e sabem que vão continuar isolados no primeiro lugar seja qual for o resultado que o Sporting, segundo classificado, conseguir diante do Guimarães.

O treinador portista, Sérgio Conceição, tem um motivo extra de satisfação porque alcançou o 15.º triunfo seguido no comando nos ‘dragões', igualando um feito que era de Artur Jorge desde 1984/85.

Danilo recuperou da lesão sofrida no tornozelo direito e fez parte do onze inicial do FC Porto. No Rio Ave, a novidade foi o técnico Augusto Gama, que dirigiu interinamente a equipa depois de José Gomes ter saído no sábado para o Reading, da segunda divisão inglesa.

Marega agitou as águas logo aos três minutos, quando acelerou, fugiu ao seu marcador pelo lado direito, cruzou e ganhou o primeiro canto, fazendo crer que o FC Porto queria perder tempo a lutar pelo triunfo.

O Rio Ave é não se ficou, respondeu rapidamente e, primeiro, Casillas teve de sair da sua baliza para, de cabeça, cortar uma bola dirigida a Carlos Vinícius e, depois, Éder Militão intercetou um cruzamento perigoso de Gabielzinho.

Aos 12 minutos, Fábio Coentrão surgiu isolado no corredor esquerdo, cruzou para as costas da defesa portista, que mostrou alguma instabilidade durante o primeiro tempo, e Carlos Vinícius recebeu o passe, ladeou Casillas e atirou para baliza deserta.

Bem construído e finalizado, o golo não mexeu com o FC Porto porque quatro minutos depois Brahimi entrou pelo corredor central, assistiu Corona, que cruzou e Soares amorteceu de cabeça para o argelino, que empurrou a bola para a baliza e finalizou a assim a jogada que ele próprio começara.

O empate refletia o equilíbrio que até aí se verificava e que Marega desfez aos 26 minutos, quando recebeu um passe de Maxi Pereira, acelerou, impôs o seu poderio físico ante Nélson Monte e colocou o FC Porto a ganhar.

Nessa altura já o Rio Ave tinha sido obrigado a substituir Gelson Dala, lesionado, por Nikola Jambor e os campeões nacionais mandavam no jogo, ainda que sem forçarem muito o ritmo.

O Rio Ave recuperou no último quarto de hora da primeira parte, tendo voltado a ter bola, tempo e paciência para lançar os seus ataques e forçar o FC Porto a ter cautelas defensivas reforçadas.

O intervalo chegou instantes depois de Corona atirar ao poste, aproveitando uma defesa incompleta de Léo Jardim.

Depois de um primeiro tempo com três golos em meia hora, a segunda parte começou com o FC Porto ameaçador e com o Rio Ave sem ser capaz de se organizar e por vezes frustrado com a sua incapacidade, tendo sido nessa fase menos boa que Fábio Coentrão e Nelson Monte viram o cartão amarelo.

Os vila-condenses conseguiram, porém, reequilibrar as coisas e aos 60 minutos Fábio Coentrão cruzou e Alex Telles evitou que a bola chegasse a Carlos Vinícius e que este, possivelmente, conseguisse empatar, pois estava em boa posição para o fazer.

Daí até ao fim, o equilíbrio manteve-se e, a espaços, o Rio Ave conseguiu mesmo superiorizar-se e por vezes sobressaltar a defesa portista graças ao trabalho desenvolvido por Schmidt e Fábio Coentrão, bastante assobiado pelos adeptos portistas cada vez que tocava na bola e, já no fim, expulso por ter visto o segundo amarelo.

O Rio Ave lutou até ao fim por outro resultado e foi realmente uma equipa exigente para o FC Porto, tal como havia vaticinado Sérgio Conceição, cuja equipa sentiu dificuldades maiores do que seria expectável para ficar com os três pontos.