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Covid-19: Avançado Sócrates Pedro ambiciona voltar à Índia apesar do «choque»

O “choque cultural” e os “dias complicados” no início da pandemia de covid-19 não retiraram a Sócrates Pedro a vontade de voltar à Liga de futebol da Índia, onde se estreou esta época no Churchill Brothers.

Covid-19: Avançado Sócrates Pedro ambiciona voltar à Índia apesar do «choque»

Em janeiro, o avançado luso-angolano agarrou a oportunidade lançada pelo seu antigo técnico no Tourizense, Bernardo Tavares, no Campeonato de Portugal, e rumou à I-League para a sua segunda experiência ‘fora de portas’, depois de uma passagem por Angola, onde foi encontrar um campeonato acima das expectativas.

“Tinha uma ideia errada sobre o futebol na Índia. Tínhamos muitos jogadores com grande qualidade, um bom plantel, com alguns estrangeiros, como é normal. Em relação às outras equipas, gostei muito da maior parte delas”, assumiu o antigo jogador do Lusitano de Évora.

Sócrates ficou de tal forma impressionado com o futebol indiano que, apesar de desconhecer o futuro, acredita que o regresso será “o melhor” para a sua carreira, pela forma como correu a experiência e como se sentiu no país, apesar do impacto dos primeiros dias.

“Treinávamos às 07:30 por causa do pico de calor, que lá acontece logo por volta das 09:30, mas não foi difícil adaptar-me à temperatura, foi mesmo ao país em si. Há muita pobreza em termos de infraestruturas, prédios antigos, lojas, tudo muito antiquado”, relatou.

Outro dos maiores choques vividos pelo jogador formado no Beira Mar de Almada teve a ver com a gastronomia, “demasiado picante” até para a sua ‘veia’ africana – Sócrates nasceu em Lisboa, mas ambos os pais são oriundos de Angola.

“Eu gosto de picante, só que eles exageram, mas exageram mesmo! Até na sopa metem picante! Uma vez, num estágio, resolvi comer uma sopa antes do prato principal e assustei-me. Comi uma ou duas colheres e já não consegui mais”, recordou.

Dificuldades à parte, o balanço acabou por ser positivo, apesar de a pandemia de covid-19 ter interrompido abruptamente a experiência ao fim de apenas nove jogos disputados pelos Churchill Brothers, que seguiam em oitavo lugar, mas apenas a três pontos do segundo e com um jogo a menos.

“Na Índia, consegui fazer o que estava à espera e mostrar o verdadeiro Sócrates. Agora é aguardar. O mais importante é termos todos saúde, estou certo de que depois as coisas boas vão acontecer. Pela maneira como correu e como me senti, acho que será o melhor para mim”, assumiu.

Enquanto isso, Sócrates continua em distanciamento social na margem sul do Tejo, apesar de considerar que estava mais seguro em Goa, sentimento que formou ainda antes do regresso a Portugal, três semanas após a interrupção das competições na Índia.

“As pessoas seguiam o isolamento mesmo à risca. Quando isto começou, fui acompanhando, mesmo de longe, o que se passava em Portugal e verificava que havia muita gente que não respeitava. Mas na Índia não, por isso havia lá poucos casos”, justificou Sócrates Pedro, indiferente à fiabilidade dos números, uma vez que sentia que “as pessoas respeitavam mesmo” o confinamento.

Perante dois meses tão agitados, o futebol ficou praticamente para segundo plano, apesar da experiência positiva dentro de campo. A Liga indiana deu por concluído o campeonato quando faltavam disputar seis jornadas, uma decisão “acertada”, mas que dificilmente poderá ser seguida em Portugal.

“No caso da Índia foi mais fácil, porque já havia campeão [Mohun Bagan]. Estava em disputa apenas o segundo lugar, que dá acesso a uma competição semelhante à Liga Europa e não valia a pena arriscar por causa disso. Aqui as coisas são diferentes, mas também não vale a pena arriscar enquanto isto não passar”, vaticinou Sócrates Pedro.

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