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Covid-19: Lusa está a negociar moratórias de três meses com clientes

O presidente da Lusa afirmou hoje que o orçamento da agência de notícias terá capacidade de «acomodar eventuais perdas» até ao final ano e adiantou que a empresa está a negociar com os clientes moratórias de três meses.

Covid-19: Lusa está a negociar moratórias de três meses com clientes

Nicolau Santos falava aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República, que está hoje a ouvir os líderes dos principais grupos de comunicação social, audiências que continuam na terça-feira à tarde, sobre o impacto da pandemia de covid-19 nos media.

"Pensamos que, apesar de tudo, em relação ao orçamento da Lusa, teremos capacidade para chegar ao final do ano e acomodar as eventuais perdas que entretanto tenhamos", afirmou o presidente da agência, quando questionado sobre a situação da empresa.

Nicolau Santos recordou que a Lusa recebe uma indemnização compensatória.

"Estamos neste momento numa situação em que temos clientes da comunicação social com dificuldades, estamos a negociar moratórias por três meses – maio, junho e julho –, portanto, durante três meses, esses clientes não pagarão", prosseguiu.

O pagamento à Lusa ocorrerá "nos meses a seguir", disse.

O responsável salientou que "há casos mais problemáticos" e há outros que "serão passíveis de recuperação ao longo do ano".

No entanto, "é evidente que a situação não é fácil, estamos à espera de que haja uma recuperação do mercado na segunda metade do ano, nomeadamente em matéria de publicidade, e que também as assinaturas digitais compensem sobretudo os órgãos de comunicação social escritos que precisam desses apoios", salientou.

Sobre a compra antecipada de publicidade institucional pelo Estado, no montante de 15 milhões de euros, Nicolau Santos considerou ser "seguramente uma indemnização generosa para os órgãos de comunicação social".

"Mas a situação é difícil e não penso que eventualmente sejam passíveis de resolver os problemas de todo o setor", afirmou o presidente da Lusa.

"Penso que há neste quadro duas responsabilidades, uma delas tem a ver seguramente com o Estado, porque um jornalismo forte, independente, rigoroso, é um pilar fundamental da democracia, mas também penso que o setor privado tem alguma responsabilidade nesta matéria", prosseguiu.

"Temos tido ao longo dos últimos anos projetos editoriais apoiados por grupos privados, lembro-me do Público, Observador, vários projetos desses, estamos a viver uma altura em que provavelmente outros grupos económicos privados poderiam dar também o seu contributo para a comunicação social ultrapassar esta fase difícil", defendeu.

O contributo passaria por, ou lançar projetos, ou apoiar através de outras maneiras para tentar que esses media se mantenham em funcionamento, explicou.

"É preciso criar a consciência de que uma informação forte, livre e independente produzida por jornalistas é fundamental, é um pilar indispensável das democracias", concluiu Nicolau Santos.

O presidente da Lusa deu ainda os parabéns aos jornalistas pelo trabalho realizado durante o período da pandemia.

"Os jornalistas portugueses têm feito um trabalho verdadeiramente notável de esclarecimento, de investigação, de análise no quadro desta pandemia, e isso tem sido fundamental não só para que as pessoas estejam informadas como, por outro lado, para combater a desinformação que tem aparecido numa série de redes sociais", afirmou.

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