loading

Jerónimo diz que verba para Novo Banco resolvia metade dos problemas sociais

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) disse hoje que os 850 milhões de euros transferidos recentemente para o Novo Banco davam para “resolver metade dos problemas sociais que neste momento existem”.

Jerónimo diz que verba para Novo Banco resolvia metade dos problemas sociais

“Tantas vezes nos dizem que não há dinheiro para acudir aos problemas dos trabalhadores e do nosso povo, mas a verdade é que nunca falta para acudir à banca, como aconteceu há dias, com a transferência para o Novo Banco de mais de 850 milhões de euros”, apontou Jerónimo de Sousa num discurso no largo do cemitério de Baleizão, concelho de Beja, após uma homenagem a Catarina Eufémia, assassinada há 66 anos pelas forças do regime fascista.

O líder comunista apelidou a situação de “inaceitável” e sublinhou que a resolução dos problemas sociais não é concretizada porque “a preferência foi injetar mais 850 milhões de euros na banca”, aproveitando para voltar a apelar para que se “inicie de imediato a integração do banco na esfera pública”, conforme proposto num projeto de lei apresentado pelo PCP, na Assembleia da República, na sexta-feira.

Perante cerca de meia centena de militantes, estrategicamente colocados à distância recomendada pelas normas da Direção Geral da Saúde para o combate à pandemia de covid-19, Jerónimo de Sousa aproveitou, também, para criticar “os grandes interesses do capitalismo reinante” que acusou de desencadear a “ação terrorista contra as iniciativas da CGTP e do 1.º de maio”.

“Não foi inocente, nem a sua preocupação era ou é a saúde dos trabalhadores. Se tivessem nas suas empresas, onde se nota as consequências do surto epidémico, cumpram as normas de segurança e higiene, as condições sanitárias lá nas empresas, nos locais de trabalho, e teriam fortes razões para se preocupar tendo em conta a situação”, atirou o líder do PCP, em alusão ao surto de covid-19 no que, segundo o balanço de sexta-feira, afetava já 81 trabalhadores de três empresas do polo industrial da Azambuja.

Jerónimo de Sousa insistiu que “não é por razões sanitárias” que não queriam "que se comemorasse o 25 de abril, que maio fosse uma jornada de luta ou que se realizasse a festa do Avante!", em setembro.

“É porque à sombra do vírus, que mata e preocupa tantos portugueses legitimamente, querem que, em silêncio, se liquidem centenas de milhares de postos de trabalho, que se desregulamente os direitos dos trabalhadores e o direito a ter direitos, que ameaça hoje tantos e tantos”, referiu.

A finalizar, Jerónimo de Sousa voltou a apontar a ‘mira’ às “empresas com lucros milionários” para as quais se transferem “milhares de euros públicos” e tocam “insistentemente o riscado disco das necessidades e dos sacrifícios”.

“Muitas delas são grandes empresas multinacionais. São as grandes empresas que beneficiaram de mais de 50% do expediente de ‘lay-off’. É para fazer frente a esta situação que o PCP, entendendo o sentimento, necessidade e aspirações dos trabalhadores e do povo, procurou por todos os meios reclamar a resolução dos seus problemas, assumindo uma atitude proposta no quadro da Assembleia da República com esse objetivo”, concluiu Jerónimo de Sousa.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 339 mil mortos e infetou mais de 5,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.302 pessoas das 30.471 confirmadas como infetadas, e há 7.705 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

O “Grande Confinamento” levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020 e Bruxelas estima uma contração da economia de 6,8%, menos grave do que a média europeia, mas projeta uma retoma em 2021 de 5,8% do PIB, abaixo da média da UE (6,1%) e da zona euro (6,3%).

Siga-nos no Facebook, no Twitter, no Instagram e no Youtube.

Relacionadas

Para si

Na Primeira Página

Últimas Notícias

Notícias Mais vistas

Sondagem

Quem será o próximo presidente FC Porto?