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Covid-19: «A única parte que falta será a resposta orçamental pan-europeia»

O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, disse hoje numa teleconferência de imprensa que «a única parte que falta será a resposta orçamental pan-europeia» de entre as medidas de combate à pandemia de covid-19.

Covid-19: «A única parte que falta será a resposta orçamental pan-europeia»

Falando nas medidas macroprudenciais adotadas pelo BCE na sequência da crise, o responsável afirmou que devem ser combinadas com a parte orçamental, e que "a única parte que falta será a resposta orçamental pan-europeia".

"Espero que a tenhamos operacional e, no total, o que tenho a dizer é que a resposta de política económica da Europa será ambiciosa e esperamos que consigamos lidar com esta crise terrível", disse Luis de Guindos aos jornalistas.

Durante cerca de 35 minutos de perguntas, foi a terceira menção ao plano orçamental pan-europeu por parte do antigo ministro da Economia espanhol, depois de ter abordado os diferentes espaços de manobra orçamentais dos países e afirmado a importância da resposta europeia face às "grandes disparidades" observadas num "choque simétrico".

Considerando que crise atual "não é comparável à crise de 2010, 2011 e 2012", relevou o caráter especial da necessidade de uma resposta europeia.

"Esta resposta orçamental pan-europeia está a ganhar uma relevância especial, não só em termos de eficiência, mas também em termos da mensagem política que envia. Se me permite dizer, a solução para estas diversas respostas orçamentais por nacionalidade é ter uma verdadeira resposta pan-europeia", considerou.

Posteriormente, o vice-presdiente do BCE afirmou ainda que "a primeira linha de resposta à crise tem de ser a resposta orçamental", e "por razões óbvias".

"Mas por cima disso, como já indiquei anteriormente, o instrumento orçamental pan-europeu, chamemos-lhe fundo de recuperação, ou o plano que esperamos que a Comissão Europeia apresente, irá ter - ou tem de ter - um papel muito importante", vincou o responsável espanhol.

Em resposta a uma pergunta da Lusa sobre a importância que o BCE está a dar à subida das dívidas públicas, o vice-presidente do BCE assinalou que neste momento "a resposta orçamental está na linha da frente" do combate à crise, e que face a isso a dívida pública irá aumentar, mas que "a alternativa de não usar a política orçamental poderia ser muito pior em termos de resultado e em termos da recuperação".

Questionado sobre a relação entre a dívida banca e os Estados (para o qual o BCE aponta no caso português, italiano e espanhol), Luis de Guindos realçou a importância dos sistemas de garantia estatais, para além da disponibilização de liquidez ao sistema bancário.

"É claro que isto vai fomentar o nexo entre o Estado e os bancos, mas penso que o positivo e a abrangência da medida dos sistemas públicos de garantia claramente se sobrepõe aos negativos", considerou.

Também em resposta a uma pergunta da Lusa sobre os alertas que o BCE deixou sobre a exposição do setor segurador aos mercados da dívida pública, Luis de Guindos descartou que essa seja a maior preocupação de Frankfurt neste momento, elegendo, ao invés, "a lucratividade dos bancos" como "a principal preocupação e o principal elemento de atenção" do BCE.

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