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Jogadoras unem-se contra «discriminação» por teto salarial para o futebol feminino

As jogadoras de futebol feminino em Portugal criaram o movimento ‘Futebol Sem Género’ contra o limite salarial de 550 mil euros que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) estabeleceu aos planteis do principal escalão, que acusam de ser «discriminatório».

Jogadoras unem-se contra «discriminação» por teto salarial para o futebol feminino

Na nota de imprensa, a que a agência Lusa teve hoje acesso, o movimento ‘Futebol Sem Género’ refere o comunicado oficial de 29 de maio da FPF sobre a colocação de um teto salarial devido “às circunstâncias excecionais decorrentes da pandemia de covid-19”.

Nesse regulamento é “estabelecido o limite máximo de 550 mil euros ilíquidos para a massa salarial das jogadoras inscritas na temporada 2020/21” na Liga BPI e “entende-se por massa salarial do plantel a soma dos salários e/ou subsídios declarados no contrato de cada jogadora”, acrescenta o movimento.

"E é perante esta determinação que, as aqui requerentes, se têm de opor veementemente, fazendo-o não apenas porque são interessadas, mas sobretudo porque tal medida é, avassaladoramente, violadora dos seus direitos individuais enquanto jogadoras de futebol, tutelados pela Lei, mas, sobretudo, violadora dos direitos humanos protegidos ao nível nacional e internacional”, destaca a nota.

O texto refere que “centenas de jogadoras de futebol feminino” se juntaram e “partilham o seu descontentamento e oposição” ao teto salarial, através de “uma ação legal, nomeadamente o direito de resposta à FPF” entregue hoje.

O movimento defende ainda que “a determinação de um limite máximo para a massa salarial do futebol feminino, sob a capa da trágica situação de saúde pública que hoje vivemos, para além de eticamente censurável é total e ostensivamente discriminatório”.

“Dúvidas não restam, então, quando se fala de futebol, falamos do futebol masculino e feminino, não havendo distinção”, atira.

O documento realça ainda que “falar da FPF é falar do futebol no seu todo e não parcelarmente, é falar do futebol numa perspetiva feminina e masculina, sem disparidades e diferenciações”.

O campeonato feminino de futebol terá mais oito equipas na próxima época, de 2020/21, passando de 12 para 20 clubes, informou em 06 de maio a FPF.

A medida, que será, posteriormente, parcialmente revertida, visa a médio prazo apoiar os clubes, que podem ser especialmente afetados, numa fase em que ainda se desenvolvem, pelos efeitos colaterais à pandemia da covid-19.

“A Direção da FPF entende que aumentar a Liga BPI de 12 para 20 clubes permitirá apoiar diretamente quase o dobro das jogadoras portuguesas, muitas delas ativas em seleções nacionais de diferentes escalões”, indicou a Federação.

Esta alteração levará a que a primeira fase do campeonato de 2020/21 tenha 20 equipas - as 12 atuais acrescidas de oito vencedoras das oito séries da II divisão – divididas em série norte e série sul.

A segunda fase da Liga terá as quatro primeiras de cada série a discutirem a fase de campeão, e as 12 restantes (as seis últimas da série norte e série sul) a lutarem pela manutenção.

No modelo, está previsto a descida de seis equipas dessas 12 e a subida de apenas duas da II Liga, levando a que a época de 2021/22 seja então reduzida de 20 para 16 clubes.

Esta época, face à crise sanitária existente com o novo coronavírus e a suspensão dos campeonatos, a FPF decidiu em 08 de abril “dar por concluídas, sem vencedores, todas as suas competições seniores”.

O Benfica liderava a competição, com os mesmos pontos do Sporting, sendo o Sporting de Braga, campeão em título, terceiro classificado.

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