A maior goleada que a principal seleção portuguesa de futebol conseguiu no seu historial em jogos oficiais fora de portas ocorreu há 25 anos, quando a equipa das ‘quinas’ venceu por 7-0 no Liechtenstein.
No dia 15 de agosto de 1995, Paulo Alves assinou um ‘hat-trick’ nesse encontro de qualificação para o Euro96, disputado em Eschen, num pequeno estádio com capacidade para 3.500 espetadores, lotado com uma maioria de emigrantes lusos.
O então avançado do Sporting saltou do banco, aos 55 minutos, para marcar três golos, dando volume ao resultado que ao intervalo estava em 3-0, com golos de Domingos Paciência, Paulinho Santos e Rui Costa, que ainda ‘bisou’ pelo meio dos três tentos de Paulo Alves.
"Tinha chegado nesse verão ao Sporting e estava num bom momento. Limitei-me a aproveitar as oportunidades que tive. Lembro-me que o estádio era pequeno e estava cheio de emigrantes a apoiarem, e que foi um jogo simples, porque, na altura, a maior parte dos jogadores do Liechtenstein eram amadores", recuperou à agência Lusa o agora treinador do Varzim.
Paulo Alves recordou que quando entrou em jogo, que Portugal dominava, o então selecionador António Oliveira lhe pediu "para marcar golos porque poderiam ser precisos num eventual desempate na decisão final do grupo", mostrando-se "feliz" por ter correspondido ao desejo do técnico, mas não valorizando, em demasia, o feito.
"Fazer um ‘hat-trick' ao serviço da seleção é sempre um marco e um motivo de orgulho. Mas, neste caso, temos de relativizar e ter humildade, porque não é mesma coisa que fazer três golos à Alemanha ou Inglaterra", desabafou.
Ainda assim, o ex-jogador partilhou o regozijo de ter feito parte "de um grupo de grandes atletas, como Vítor Baia, Rui Costa, Figo ou Fernando Couto, que marcaram o futebol português e abriram as portas para uma nova era", falando num "marco da carreira que nunca será esquecido".
Nessa qualificação para o campeonato da Europa de 1996, Portugal acabou por não ‘precisar' dos três golos de Paulo Alves, frente Liechtenstein, para garantir o primeiro lugar isolado do grupo e qualificar-se para a fase final da prova, juntamente com Irlanda, que terminou a ‘poule’ em segundo, com menos seis pontos.
O então avançado dos ‘leões' acabou por não integrar a comitiva lusa que disputou o torneio, em Inglaterra, devido a uma lesão contraída meses antes, que lhe retirou rendimento e o afastou dos golos.
"Até estava a ser regular nas seleções, mas em março tive uma rotura, no Sporting, e a recuperação demorou. Fiquei de fora mais de um mês e já não consegui voltar na forma que estava. Não fiz tantos golos e perdi esse Europeu", lamentou.
Paulo Alves admitiu que "não ficou mágoa" por ver gorada a oportunidade de disputar esse Europeu, lembrando que, em agosto, foi "compensado" com uma chamada à seleção olímpica que participou no Jogos Olímpicos Atlanta1996, na quota de três jogadores com mais de 23 anos, preenchida ainda com Nuno Capucho e Rui Bento.
"Posso dizer que no meu currículo sou internacional olímpico por Portugal, e o que para mim foi muito importante", concluiu o avançado, que marcou um golo na fase de grupos do torneio olímpico.
Nesses Jogos, Portugal chegou às meias-finais, fase em que foi eliminado pela Argentina (2-0), tendo saído goleado na disputa pela medalha de bronze pelo Brasil (5-0).