Declarações de Jorge Jesus após o jogo Farense-Benfica (0-0), da 20.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol.
"Foi um jogo em que tivemos, dentro da área, 10 finalizações. Dessas 10, fizemos três na baliza, uma das quais com o Rafa completamente sozinho, isolado, na segunda parte.
Criámos imensas oportunidades para fazer golo, normalmente em zonas em que não é fácil entrar. O Benfica conseguiu entrar lá dentro durante os 90 minutos, jogando contra um adversário que pode aproveitar o contra-ataque e a bola parada e nós no limite do risco, mas o Farense não teve possibilidades para nos surpreender.
Nos últimos minutos, arriscámos tudo com o posicionamento dos jogadores, desprotegendo a nossa última linha para meter mais jogadores dentro da área e alguém empurrar a bola para dentro da baliza, mas a equipa não conseguiu.
Dá a sensação que esta pressão e ansiedade fazem com que, nas suas decisões, os jogadores não pensem tão friamente como o fariam, se estivessem mais confiantes.
Perdemos dois pontos num jogo em que fizemos tudo para fazer golos e não conseguimos. É a história do jogo e com mais uma grande penalidade para marcar, sobre o Rafa, na primeira parte.
Nestes últimos jogos do campeonato, nota-se essa facilidade de a equipa chegar dentro da área e, depois, a facilidade de não fazer golos com situações, não direi tão fáceis, mas com o mais difícil feito, que é conseguir chegar dentro da área e ter momentos de finalização.
[Distância de 15 pontos para o líder Sporting] Cada jogo tem uma história diferente. É verdade que estamos a esses pontos todos do primeiro classificado, mas também é verdade que a equipa cria imensas oportunidades para fazer golo.
Há sempre um indicador de qualquer defeito e nós sabemos de onde vem o nosso defeito ao longo de alguns meses. Procuramos estabilidade técnica, física e emocional, porque andamos atrás de um prejuízo que nos responsabiliza e que faz com que a equipa, nestes momentos decisivos, não consiga concretizar as oportunidades de golo que tem.
A equipa joga de três em três dias. Fiz seis alterações e a equipa apresentou-se, fisicamente, com intensidade e a criar oportunidades de golos. O objetivo do futebol é o golo e, para o fazer, tens de criar oportunidades. Foi isso que o Benfica fez.
Na segunda parte, notava-se alguma falta de intensidade e, por isso, fui mudando. Fiz cinco substituições, sempre a pensar em melhorar a equipa ofensivamente, pelo corredor central e pelos corredores laterais. Isto também tem de ver, neste caso, com um jogo em que corremos muito. O Arsenal obrigou-nos a correr muito no jogo em Itália.
Tudo isto tem influência no rendimento da equipa, mas não serve de desculpa, porque ela teve, volto a frisar, 10 finalizações dentro da área e não conseguiu fazer golo”.