Jorge Jesus: «Ganhámos 2-0, mas devíamos ter ganho por mais»

“É um Benfica mais forte do que há umas semanas. Os jogadores, individualmente, têm recuperado e estão cada vez mais a chegar perto da sua forma individual, o que melhora a equipa coletivamente. A equipa corre mais e tem mais intensidade de jogo. Hoje, nem pôs uma intensidade muito alta no jogo, porque sentiu que o jogo estava mais fácil.

Ganhámos 2-0, mas devíamos ter ganho por mais. Apesar de o Boavista ter ficado sem um jogador, na tarefa ofensiva é a mesma coisa e obrigou o Boavista a mudar o sistema do corredor central, mas nós até estamos habituados a jogar contra quase todas as equipas num 5-4-1. Adaptamo-nos bem e gostamos de jogar contra esse sistema.

Esta nova forma de olhar para o contacto do jogador está a ser muito teórica, não tem nada a ver com a prática. O futebol diz que pode haver contacto entre os jogadores quando disputam a bola. Está escrito. Isto não é basquetebol. Os árbitros estão a defender-se muito e os jogadores estão a enganar os árbitros, em qualquer toque fazem daquilo um drama. Os árbitros conhecem as leis do jogo, mas não conhecem o que é o jogo.

Quem jogou futebol sabe que o espaço tem de ser coberto pelo corpo, onde também há braços, fazem parte do corpo. Muitas vezes, abre-se o braço para resguardar o seu espaço e o jogador [adversário] chega lá e toca com a cara, é falta. O Adel [Taarabt] foi duplamente penalizado, pois leva amarelo e tira-lhe o golo. Naquele momento do contacto, o árbitro achou que foi o jogador que levou o cotovelo à cara do adversário. Tem de se mudar muita coisa no futebol e esta é uma delas.

Ninguém duvida que a entrada do Lucas Veríssimo trouxe à equipa uma segurança defensiva muito melhor. O Lucas Veríssimo parece que já está no Benfica há um ano, mas chegou há um mês. É um jogador que conhece o jogo, o que para o treinador é mais fácil. Há jogadores com 30 anos que não conhecem o jogo e há outros mais novos que conhecem. Por isso, tem sempre um rendimento mais alto e é imbatível por cima, nesta ação individual faz-me lembrar o Carlos Mozer. Também é forte no um contra um e está a fazer uma boa dupla com o Otamendi.

[O Diogo Gonçalves] Vai ter melhor carreira como lateral direito, não há dúvidas. Não é por acaso que o puxei para trás. Pode melhorar mais, eu acredito mais nele do que ele acredita nele próprio. Tem capacidade para ter momentos ofensivos melhores. Defensivamente, compete-me a mim ensinar-lhe.”