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Equipa campeã de sub-17 no Canadá «mostra qualidade» do seu futebol em Portugal

A equipa de sub-17 do AS Brossard, campeã da província do Quebec, no Canadá, chegou a Portugal para “mostrar a qualidade” do futebol que é praticado no país e vai desafiar as congéneres dos “grandes clubes” portugueses.

Equipa campeã de sub-17 no Canadá «mostra qualidade» do seu futebol em Portugal

A equipa aterrou no domingo em Portugal e seguiu direta para o Estádio José Alvalade, para assistir ao Sporting-Benfica, em jogo da 30.ª jornada do campeonato da I Liga, e, de seguida, rumou à zona centro para o primeiro desafio no relvado, em Tondela.

“O Canadá está a crescer muito ao nível do futebol, não somos só desportos de inverno, como muitos pensam, e eu queria passar essa mensagem aqui para Portugal, para estes clubes com quem vamos jogar”, contou à agência Lusa o treinador.

Rogério Crespo é português, natural do Pombal, e, com quatro anos, mudou-se para o Brasil e acabou por jogar futebol nos dois países e tem-se dedicado à modalidade. Há quatro anos mudou-se para o Canadá onde é diretor técnico no AS Brossard e treinador dos sub-17.

O clube foi o campeão da província do Quebec, onde está sediado, e o treinador português quis “premiar” os seus jogadores com uma experiência em Portugal, “para vivenciarem a cultura do futebol português e a paixão” que existe na Europa em torno da ‘bola’.

“É magnífico, só de ver os jovens jogadores aqui a treinarem. É outra cultura, é magnífico ver”, reagiu um dos atletas da formação de Rogério Crespo. Thomas Fraiser, que vai fazer 16 anos, assumiu mesmo que “é outro mundo”.

Natural do Canadá, Thomas Fraiser disse à agência Lusa que “o sonho dos canadianos é jogar na Europa e, em especial, em Portugal, que é muito bom”, e jogadores como Stephen Eustáquio, atualmente no FC Porto, acabam por ser “uma referência”.

Outra referência que o jovem atleta vai levar é a “paixão pelo futebol” e isso, admitiu, foi “muito sentido no ambiente do jogo entre o Sporting e o Benfica, que foi maravilhoso, foi muito bom” e no Canadá “não é assim”.

“Eles conhecerem este outro mundo, o mundo da paixão que se vive na Europa e em Portugal, em particular, e dar-lhes esta oportunidade é uma prenda enorme para mim”, admitiu o treinador.

Rogério Crespo contou que no Canadá o futebol “está a crescer imenso e as pessoas já entenderam isso e já perceberam que há bons jogadores” e a prova disso é a presença do país, 34 anos depois, no Mundial2022, que se vai realizar no Qatar.

“Saem bons jogadores para a Europa, a seleção do Canadá ganhou o primeiro lugar na qualificação para o Mundial, passou à frente dos Estados Unidos da América e do México, mas também é verdade que temos muito investimento nos equipamentos”, reconheceu.

No seu entender, “se um clube como o Tondela tivesse os equipamentos do AS Brossard fazia milhões de jogadores bons”, porque as infraestruturas ajudam também, além da qualidade técnica dos treinadores e jogadores, que são fundamentais.

“Mas quando há um bom terreno, boas estruturas gerais para todos trabalharem, pode melhorar-se a qualidade dos jogadores e é isso que quero mostrar”, contou Rogério Crespo, antes de entrar em campo frente a uma equipa mista do Tondela, do sub-15 e sub-17.

Após o jogo particular, que o AS Brossard venceu por 4-2, o treinador dos sub-17 do Tondela admitiu que foi “uma boa surpresa” o futebol apresentado pela equipa canadense da qual “desconhecia o trabalho” e não poupou elogios às duas equipas.

“Foi um jogo muito bem disputado, os meus rapazes estão de parabéns, e foi um bom teste para nós e acho que eles também estão de parabéns, mostraram competência em vários momentos do jogo, sabem ter bola, sabem defender, sabem atacar, são jovens humildes e muito bem-educados”, reagiu José Pedro Vilares.

Rogério Crespo reconheceu a vantagem de a sua equipa ter jogadores mais velhos e disse que “foi um bom começo para agora enfrentar o Sporting, o FC Porto, o Benfica e o Sporting Braga”, numa digressão em que ainda vão defrontar os seniores do União de Coimbra (21).

“Disse aos meus jogadores que têm uma responsabilidade muito grande. Representam um país e uma região e, porque vamos passar pelos grandes, facilmente as pessoas vão começar a comentar e depressa vão dizer se a equipa não presta ou se é boa”, disse.

Neste sentido, o treinador disse que “confia muito” nos seus atletas e deseja que “as coisas corram bem e que deixem uma boa dose de golos em Portugal” e evitem “levar como prenda um monte de bolas para o Canadá”, mas, “acima de tudo, que sintam o futebol” que aqui se faz.

“É a intensidade que eu acho que diferencia o futebol português. É muito intenso, os jogadores são muito aguerridos, dão tudo no campo e é isso que tento passar para a minha equipa, que tem de jogar de forma intensiva, que faz tudo para ter a bola”, contou.

E, acrescentou, é “essa intensidade, esse amor, essa raiva, raiva positiva, não para magoar o adversário”, que passa aos jogadores, tal como “a vontade, porque jogar com bola é fácil, sem bola é que é mais difícil”.

É também esse futebol que quer assistir no Mundial2022, tanto na seleção do Canadá, como na de Portugal, porque apesar de trabalhar o futebol canadiano, na hora de torcer por um campeão mundial, é “sangue português que corre nas veias”.

“Quero que o Canadá vá o mais longe possível. O ideal seria os dois países disputarem a final, mas Portugal ganhar com três golos do Cristiano Ronaldo e o Canadá com dois golos, para ser um bom resultado e o Canadá também ficar contente”, desejou.

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